Mariana Mortágua em Viseu
Mariana Mortágua em ViseuPAULO NOVAIS/LUSA

BE: Apesar da geringonça, salário mínimo continua baixo

Mariana Mortágua disse este domingo que subida do salário mínimo só foi possível "contra todos os agoiros" por causa da geringonça, mas como continua a ser baixo a proposta dos bloquistas é um aumento real "sempre acima da inflação".
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A coordenadora do BE interveio hoje no habitual almoço-comício do Interior, que juntou em Viseu os cabeças de lista do partido daquele distrito, de Castelo Branco, Guarda, Bragança e Vila Real, questionando para onde vai o dinheiro gerado "por toda a gente que trabalha" já que "onde há baixos salários há pobreza, desigualdades e não há futuro", seja nestas regiões seja em todo o país.

Concretamente sobre o salário mínimo nacional, Mariana Mortágua referiu que foi o acordo com o PS durante o período da geringonça "que o fez subir todos os anos contra todos os agoiros".

No entanto, em 2024, este salário "continua a ser baixo", segundo Mortágua, explicando que um dos motivos pelos quais isso aconteceu foi "porque a inflação comeu todo o aumento de 60 euros deste ano, e irá comer uma parte do dos próximos anos se nada for feito".

"Quando o aumento do salário mínimo é comido pela inflação, não é aumento. É estagnação. A proposta do Bloco é simples: uma subida intercalar do salário mínimo, já este ano, para os 900 euros e um aumento real de 50 euros nos anos seguintes, sempre acima da inflação", propôs.

Para a líder do BE, "não há nenhum mistério nas causas da emigração" e não é preciso "inventar desculpas", porque o problema são mesmo os salários baixos e não o IRS.

Mariana Mortágua referiu-se às pessoas da sua geração que não emigraram, mas que têm enfrentado "crise atrás de crise" e que, com 40 anos, têm a mesma instabilidade que tinham aos 20.

O que a direita propõe aos jovens, segundo a líder bloquista, é precariedade e "borlas fiscais" às grandes empresas.

"Enquanto fala do Interior, o que a direita de facto traz ao país é a certeza que a regionalização permanece uma miragem", exemplificou, assegurando ainda que, com a direita no poder, continuará a não haver transportes públicos a baixos custos nestas regiões, a cultura será sempre desvalorizada e "a EDP vai continuar a mandar e a desmandar" em recursos como os das barragens.

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