A Assembleia Municipal de Lisboa aprovou na terça-feira recomendações à câmara para fiscalização e regulação do tráfego rodoviário na Baixa, incluindo a adoção de vigilância eletrónica..Na sequência da apreciação da petição sobre "Pedonalização da Rua da Prata: os riscos de o fazer sem repensar a mobilidade na Baixa de Lisboa", foram aprovadas todas as sete recomendações de um relatório da Comissão de Mobilidade, Transportes e Segurança, quatro por unanimidade e três por maioria..Os deputados municipais aprovaram recomendar à câmara que dê conhecimento aos peticionários e à assembleia municipal sobre "a evolução do processo" relativo à petição que deu entrada em novembro de 2023 com 222 assinaturas e que em 05 de abril, através da Internet, contava com 300 subscritores..O parecer recomenda ainda que sejam adotados "sistemas de fiscalização e regulação de tráfego rodoviário", com meios previstos na legislação, incluindo a vigilância eletrónica", que sejam remetidos à assembleia "os novos planos de circulação da Carris na zona da Baixa", e que assegure a "monitorização frequente das condições do piso da Rua da Madalena"..Os deputados municipais (com exceção do Chega) querem também que a câmara "pense num novo modelo de circulação, e no espaço público da Baixa como um todo", envolvendo os diversos intervenientes do território, e que melhore "o espaço público da Rua da Prata", com espaços para as pessoas estarem, sem terem "de consumir"..Uma vez que a Baixa é bem servida por transportes públicos (Carris, Metropolitano e CP), a câmara deve incentivar "a redução da circulação automóvel, tanto de atravessamento como dos próprios residentes", reduzindo emissões poluentes e "a deterioração da qualidade de vida"..O executivo deve também considerar a adoção de "medidas provisórias que possam abrandar o número de veículos a circular na Rua da Madalena", recomendou a 8.ª comissão permanente..Na petição, os subscritores, entre os quais muitos moradores, criticaram o encerramento ao trânsito da Rua da Prata, sem uma alternativa para o escoamento do tráfego, e que não passasse pelo desvio para a Rua da Madalena, "onde as emissões poluentes e o ruído são já insustentáveis"..Os peticionários pediram para os residentes serem consultados, medições das emissões e ruído na Rua da Madalena, a avaliação do impacto da circulação nesta rua de uma média de 6.000 veículos por dia e medidas de regulação dos veículos de animação turística e de plataformas de transporte de passageiros (TVDE)..Na discussão da petição, o presidente da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, Miguel Coelho (PS), advogou que "é urgente" a adoção de "medidas provisórias para que se reduza o transito na Rua da Madalena" e anunciou que a autarquia local está a preparar um estudo "para debate público" sobre o problema..A deputada municipal Patrícia Robalo (Livre) considerou que o problema de circulação na Baixa não se resolve "com medidas avulsas" e que os "maus exemplos" da gestão do tráfego nesta zona da cidade podem ser "uma oportunidade para pensar a mobilidade na Baixa"..O deputado Fernando Correia (PCP) alertou para a "necessidade de fazer um estudo de tráfego" para a Rua da Madalena e Rua do Alecrim, apontou que na zona terão "encerrado mais de 30 lojas", classificando a intervenção "de forma atabalhoada, à toa", com pára-arranca que nem polícia nem semáforos resolvem, e defendeu que "a câmara deve intervir com urgência"..O vice-presidente da câmara, Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP), assegurou que a autarquia, nas soluções em que está a trabalhar, não só apenas para a Rua da Madalena, mas também da Baixa, tem tido "muito em conta e no centro" das preocupações "a vida dos lisboetas" e das "pessoas que vivem" na zona..O também responsável pela Mobilidade notou que "14 anos não foram suficientes para resolver" os problemas, mas acredita "que neste mandato" se vai "avançar muito mais e em termos concretos"..O autarca enumerou entre as medidas para diminuir o tráfego, a proibição da circulação na Rua da Madalena de veículos com mais de 3,5 toneladas e de autocarros turísticos, além do esforço de "deslocar os autocarros mais modernos", com "menor impacto em termos de ruído" e "qualidade do ar", mas admitiu que "é preciso ir mais longe"..O responsável explicou que a solução "não é fechar o território, ao contrário do que aconteceu em outras capitais", mas "impedir tráfego de atravessamento" e que estão a ser concretizadas "condições procedimentais e concursais para aquisição" dos equipamentos para depois se fazer a apresentação à junta de freguesia.."A solução em que estamos a trabalhar vai muito ao encontro da visão e das preocupações que trouxeram não só da Rua da Madalena, mas também da Baixa", prometeu Anacoreta Correia, apontando que "neste semestre" seja também apresentada a renovação da Avenida Almirante Reis.