Presidenciais. Das "vacuidades" sobre a greve geral à Ucrânia, tudo separou António Filipe e Gouveia e Melo
Montagem DN

Presidenciais. Das "vacuidades" sobre a greve geral à Ucrânia, tudo separou António Filipe e Gouveia e Melo

O almirante e o candidato apoiado pelo PCP estão esta terça-feira em mais um frente a frente. Siga aqui ao minuto todos os momentos do debate.
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O 13.º debate de entre 28 ficou marcado pelas distâncias claras entre António Filipe e Henrique Gouveia e Melo.

Começando pela política externa, na qual se focou grande parte da discussão, já depois de ambos os candidatos terem desejado as melhoras a Marcelo Rebelo de Sousa, António Filipe começou por dizer que "não é parte" das negociações de paz para a Guerra da Ucrânia. Mas disse esperar "que se chegue rapidamente a um acordo". "Quem tem de definir os termos do acordo são os ucranianos e os russos, não me venham pedir a opinião a mim", disse.

Na resposta, Henrique Gouveia e Melo acusou o candidato apoiado pelo PCP de não ter "nada a ver com isso" e de ser "preciso uma posição, por uma questão de princípio". Deixou depois uma questão ("Continua a acredita que Zelensky é apoiado por fascistas e que o grande democrata é Putin?"), à qual António Filipe se posicionou "nos antípodas" do regime russo.

Passando depois para a greve geral e para a lei laboral, Gouveia e Melo referiu que é necessário "um novo contrato social", que a economia "seja pujante e liberta de alguns entraves". E deixou ainda um recado ao Governo, que considera que deve ter uma "maior postura negocial".

Na sua réplica, António Filipe acusou o seu adversário de dizer "vacuidades" e de não se saber o que o almirante pensa "sobre coisa nenhuma". Em sentido contrário, a sua posição tem sido "claramente expressa", disse.

Com isto, Gouveia e Melo acusou António Filipe de defender "o modelo económico da estatização", que "falhou em todo o lado". Segundo o candidato, quem ouvisse António Filipe a falar até podia pensar "que já não é comunista". Com isto, o antigo deputado do PCP garantiu ser comunista, ao contrário do almirante que "não se sabe o que é". Gouveia e Melo definir-se-ia então como "um social-democrata clássico, de centro, conciliador".

O próximo debate acontece amanhã, quarta-feira, 3 de dezembro, e vai opor Luís Marques Mendes a António José Seguro.

Leia aqui as principais incidências do debate entre António FIlipe e Gouveia e Melo:

Gouveia e Melo: "Parece-me que há margem para negociar após a greve geral"

O debate entra na reta final. Antes de terminar, Gouveia e Melo refere que lhe "parece que há margem para negociar após a greve geral". "É esse o processo que devo fazer", diz.

Questionado sobre as prioridades do mandato que espera assumir, o candidato diz que a "preocupação é conseguir transformar o país". "Temos muitos problemas. Estarei sempre do lado da estabilidade. Farei tudo para incentivar a mudança. Mas farei com o Governo. Não serei uma marioneta do Governo, nem uma força de bloqueio".

António Filipe acusa Gouveia e Melo de dizer "vacuidades" não sabe o que o candidato pensa sobre "coisa nenhuma"

Na sua intervenção, António Filipe acusa Gouveia e Melo de dizer "umas banalidades, umas vacuidades" e de não se saber o que o candidato pensa "sobre coisa nenhuma".

Diz que a sua posição tem sido "claramente expressa" e acusa Gouveia e Melo de estar a apelar "ao eleitorado do PS que não se revê em António José Seguro e ao eleitorado do PSD que não se revê em Marques Mendes".

Na resposta, o almirante acusa António Filipe de querer discutir questões "do foro legislativo" e que o candidato apoiado pelo PCP "está a influenciar as negociações". "O seu modelo económico é o da estatização. Falhou em todo o lado. Parece que o senhor já não é comunista", atira.

António Filipe responde: "Comunista, sou. Não sei é o que o senhor é." Gouveia e Melo diz que é "um social-democrata clássico, de centro, conciliador".

Lei laboral. "Devemos ter uma economia pujante, que precisa ser liberta de alguns entraves"

O debate foca-se agora em questões internas, nomeadamente a lei laboral e a greve geral.

Gouveia e Melo diz, tal como já fizera no passado, que defende "um novo contrato social", para que a economia "seja pujante e liberta de alguns entraves".

O almirante refere que a greve geral "é um direito dos trabalhadores" e diz que, se fosse Presidente, tentaria aproximar as partes.

O candidato refere que "o Governo deve ter uma postura mais negocial". Diz que é necessário "encontrar um equilíbrio" entre um "novo contrato social, um Estado renovado e um país mais seguro".

Tensão entre Venezuela e EUA. Gouveia e Melo: "É a diplomacia da força. A lei do mais forte"

A escalada de tensão entre Venezuela e Estados Unidos é agora o tema.

Gouveia e Melo diz que este caso é um exemplo da "diplomacia da força" que se verifica desde o início da guerra na Ucrânia. "É um assunto extremamente preocupante", diz, garantindo que "não" concorda com "a diplomacia da força".

Segundo o almirante, a postura dos Estados Unidos é "a lei do mais forte". "É extremamente preocupante".

António Filipe irrita-se e responde a Gouveia e Melo: "Estou nos antípodas de Putin"

Perante as acusação de Gouveia e Melo, António Filipe diz que "está no antípodas" de Putin, ao contrário do almirante.

Critica a "narrativa" de Gouveia e Melo, que acusa de dizer que "os jovens portugueses deviam morrer onde a NATO mandasse". "Quer uma guerra até ao último ucraniano ou uma guerra nuclear?", pergunta.

"Chegou a dizer que Zelensky era apoiado por fascistas", acusa Gouveia e Melo

Na réplica, Gouveia e Melo faz questão de se distanciar do posicionamento do seu adversário.

Acusa António Filipe de no passado ter chegado "a dizer que Zelensky era apoiado por fascistas e neonazis". "De forma cândida, diz que não tem nada a ver com isso. É preciso ter uma posição, por uma questão de princípio. Continua a acreditar que Zelensky é apoiado por fascistas e que o grande democrata é Putin?", questiona.

Plano de paz na Ucrânia. "Não sou parte dessas negociações. Mas espero que se chegue rapidamente a um acordo"

Aborda-se agora o tema do plano de paz na Ucrânia, cujas negociações estão a ser mediadas pelos EUA.

António Filipe diz não ser "parte dessas negociações", mas espera "que se chegue rapidamente a um acordo". Ainda assim, "os quem tem de definir os termos são os ucranianos e os russos". "Não me venham pedir a opinião a mim".

"Julgo que já é tarde para este acordo, morreu muita gente, e julgo que já se perderam oportunidades pelo caminho. Espero que cheguem a acordo, seja lá como for, mas tem de ser entre eles".

Saúde de Marcelo é o primeiro tema. "Parece-me estar bem", diz Gouveia e Melo

O tema da saúde do Presidente da República entra no debate. José Alberto Carvalho, moderador, aborda o que está previsto na Constituição em caso de substituição temporária.

Henrique Gouveia e Melo volta a dizer que se devem debater temas das presidenciais e não "temas laterais". Perante a insistência de José Alberto Carvalho, o almirante deseja as melhoras ao chefe de Estado e diz que Marcelo Rebelo de Sousa "parece estar bem".

António Filipe deixa votos para que o Presidente se "restabeleça" rapidamente.

Gouveia e Melo arranca o debate, António Filipe termina

O sorteio ditou que será Henrique Gouveia e Melo a ter a primeira palavra. Neste sentido, António Filipe terminará o frente a frente.

Boa noite.

O DN acompanha ao minuto mais um debate entre candidatos presidenciais. No caso, Gouveia e Melo estará frente a frente com António Filipe.

O debate será transmitido na TVI/CNN Portugal.

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