Carlos Moedas convidou a estrela da direita espanhola, Isabel Díaz Ayuso, presidente da Comunidade de Madrid, para o comício que abriu oficialmente a campanha eleitoral com que espera ser reeleito para o segundo mandato na Câmara de Lisboa. E, ouvindo a “querida amiga” dizer que “nada é mais livre do que ter ganas” aos cerca de mil apoiantes que foram ao Centro de Congressos de Lisboa nesta terça-feira, o “alcaide” lisboeta recorreu à palavra favorita de Ayuso para garantir que é movido pelas ganas, definindo-as como a “vontade imparável de melhorar a vida de todos”.Ganas é algo que Moedas não encontra na principal rival, a socialista Alexandra Leitão, nunca nomeada por si, embora tenha perguntado à plateia, obtendo de volta um sonoro “não”, se “acreditam que aqueles que participaram em manifestações contra a polícia vão trabalhar por mais segurança em Lisboa”. Para o líder da coligação Por Ti, Lisboa (PSD-CDS-Iniciativa Liberal), há nas eleições de 12 de outubro “uma escolha clara” entre “um socialismo que se aliou à esquerda mais radical, com uma equipa feita de lealdades partidárias, que não olham a meios para atingir os fins”, e “quem tem provas dadas, que sabe fazer, com uma equipa de valor e uma vontade enorme de melhorar a vida das pessoas”.Ao contrário da Lisboa “com ganas de futuro”, o recandidato voltou a atacar as propostas do “bloco da esquerda”, que apresentou como “mais impostos, mais lixo, menos casas, mais ocupas e menos saúde”. No início da intervenção que encerrou o comício, garantira a Díaz Ayuso, dirigindo-se-lhe em castelhano, que todos recordam o “socialismo ou liberdade” com que se elegeu presidente da Comunidade de Madrid, para acrescentar que “os madrilenos, como os lisboetas, têm ganas de liberdade, ganas de fazer, ganas de sonhar e ganas de manter a identidade”. A questão fora levantada pela espanhola, que não esqueceu o acidente que matou 16 pessoas no Elevador da Glória, com Ayuso a ser ovacionada ao dizer que Madrid não quer que Lisboa “volte para trás”, esperando que as capitais ibéricas possam manter o “modo de vida ocidental”, com “defesa da segurança, do património e dos cidadãos”. Defendendo que “a liberdade defende-se todos os dias”, disse esperar que Lisboa e Madrid “continuem juntas”, numa altura em que “os valores ocidentais estão a perder-se em toda a Europa”, e em que o conceito de família está em risco. Houve ataques da política espanhola aos populistas que “dizem aos jovens que não têm futuro”, mas sobretudo ao socialismo e comunismo que “partem do princípio que as pessoas não podem prosperar” e nos quais identifica uma “cultura da inveja e do confronto”. De igual modo, referiu que “os subsídios são para quem não pode e para quem não quer”.Logo que Carlos Moedas e Isabel Díaz Ayuso entraram no anfiteatro, o entusiasmo dos apoiantes da coligação Por Ti, Lisboa foi evidente, embora muitos lugares tivessem ficado por preencher. Nos presentes destacavam-se o ex-líder do CDS, Paulo Portas; a estrela ascendente do PSD, Sebastião Bugalho - os dois foram os primeiros a juntarem-se a Moedas e Ayuso no palco quando o comício terminou -; os ministros Miranda Sarmento e Graça Carvalho; e os deputados liberais Mário Amorim Lopes e Rodrigo Saraiva..De Arroios a Carnide, nove batalhas vão definir Lisboa