O ministro dos Negócios Estrangeiros afirmou esta sexta-feira, 25 de julho, que Portugal "sempre esteve e estará" aberto ao reconhecimento do Estado da Palestina, salientando que a conferência da próxima semana sobre dois Estados (Israel e Palestina) será importante para a decisão.Lembrando que Portugal estará presente na conferência sobre a solução de ter dois Estados soberanos e reconhecidos na região que está atualmente em guerra, que se irá realizar em Nova Iorque, Estados Unidos, de 28 a 30 de julho, organizada pela França e pela Arábia Saudita, o ministro sublinhou que “esta conferência vai ser agora muito importante”.O primeiro-ministro, disse Rangel, “já indicou uma série de condições [para fazer o reconhecimento do Estado da Palestina] que são paralelas a condições que a França tinha definido e que a França considerou preenchidas”.“Portugal continua em contacto com os seus parceiros e a França é um deles, sem dúvida alguma”, referiu, acrescentando que “Portugal sempre esteve aberto e estará a este reconhecimento”..Macron anuncia que França vai reconhecer Estado da Palestina na ONU em setembro. O ministro, que falava à margem do “EurAfrican Forum”, a decorrer em Carcavelos, Cascais, lembrou que continua “a acompanhar este processo de forma muito próxima e sempre em diálogo com os seus parceiros”, nomeadamente com a França, cujo Presidente garantiu um reconhecimento para breve à Palestina.“Fiel ao seu compromisso histórico com uma paz justa e duradoura no Médio Oriente, decidi que a França reconhecerá o Estado da Palestina. Farei o anúncio formal na Assembleia Geral das Nações Unidas em setembro próximo”, escreveu na quarta-feira o chefe de Estado francês nas redes sociais.Uma posição que, segundo Rangel, não é nova, já que já é a terceira vez que é anunciada nos últimos quatro meses, e que estava agendada para 19 de junho.“Depois aconteceram os ataques do Irão e isso não teve lugar”, indicou.Paulo Rangel adiantou, no entanto, que Portugal, mesmo antes de Espanha - que já reconheceu a Palestina -, proibiu a importação e exportação de material militar para Israel..Parlamento português rejeita reconhecimento do Estado da Palestina. “Foi logo no dia 03 de abril de 2024. Até aí ninguém tinha feito nada disso. Pelo contrário, até havia autorizações tácitas para exportação”, afirmou, sublinhando que a preocupação com a postura israelita em Gaza já preocupa o Governo há muito tempo.“Num ‘tweet’ [mensagem publicada na rede social X] que fiz ao deixar o Governo anterior, no dia 04 de junho, condenei claramente a instrumentalização da fome” em Gaza por Israel, disse, acrescentando que “o Governo português tem sido, do ponto de vista humanitário, muito claro”.“Do ponto de vista político [reconhecimento ou não do Estado palestiniano] tem feito um processo e esse processo está em marcha. Veremos”, concluiu..Mais de 120 personalidades pedem a Portugal papel ativo na defesa dos Direitos Humanos em Gaza.Um quarto das crianças em Gaza está subnutrida