Marcelo Rebelo de Sousa recebe esta terça-feira, 22 de julho, no Palácio de Belém Chega, IL, Livre e PCP, por motivos diferentes, mas todos ligados às bandeiras de cada um dos partidos.A preocupação do partido liderado por André Ventura é a promulgação da lei de estrangeiros, que o Presidente da República pondera enviar para o Tribunal Constitucional antes de lhe dar luz verde. Na passada sexta-feira, André Ventura anunciou que Marcelo receberia o Chega por ainda não ter promulgado a lei de estrangeiros, aprovada no Parlamento com os votos favoráveis do PSD, Chega e CDS, e com a abstenção da IL. Os restantes partidos votaram contra.“Era importante que o Presidente da República não fosse um obstáculo ao controlo da imigração e à segurança do país”, disse, acrescentando que “é importante que as pessoas” compreendessem que, “enquanto não mudarmos a lei, todos os dias estão a entrar pessoas em Portugal.”Afirmando que “esta lei é a decorrência da mais absoluta normalidade que um país democrático deve fazer”, André Ventura considerou que “está muito aquém de outros países”, como a Suíça.Face a isto, no encontro desta terça-feira, André Ventura vai pedir a Marcelo que, “não obstante as suas posições pessoais”, tenha em conta que “há uma maioria no Parlamento que tomou uma decisão”.No caso da IL, o partido vai apresentar, como é habitual nesta circunstâncias, a nova liderança, com Mariana Leitão à cabeça.“Será uma audiência em que a nova liderança da IL irá transmitir ao Presidente da República quais as prioridades do partido durante o mandato”, revelou a IL em comunicado.O Livre quer ouvir Marcelo sobre a oposição de Portugal “à inclusão da referência à insegurança alimentar em Gaza na declaração da Conferência do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa", que foi inicialmente noticiada pelo Público.Apesar da preocupação do Livre, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, no sábado passado, afirmou que Portugal quis incluir vários conflitos, entre os quais o israelo-palestiniano, na declaração final da cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Portanto, de acordo com o governante, a discussão de incluir a insegurança alimentar em Gaza não diz respeito à declaração final da CPLP mas a “uma declaração de um conselho de segurança alimentar e nutricional que não se refere e nem se deve referir aos conflitos”, porque é “uma coisa marginal da cimeira” (ler mais na pág. 22).Já no caso do PCP, tal como o líder comunista, Paulo Raimundo, antecipou no fim de semana, a conversa com o chefe de Estado decorre das conclusões a que o partido chegou depois do debate do Estado da Nação, que aconteceu na semana passada.Paulo Raimundo leva assim à conversa com Marcelo críticas às prioridades do Governo, que diz não responderem a problemas como os da Saúde e da Habitação e que deixam o país “preso por arames”.“Acabámos de ter o debate do Estado da Nação há poucos dias e ficou muito claro qual é o estado em que estamos, de uma país preso por arames, Entendemos que tinha interesse um encontro com o senhor Presidente da República sobre a situação geral do país”, justificou o líder comunista sobre o encontro com Marcelo, que, de acordo com o PCP, não incluirá questões relacionadas com a lei de estrangeiros.“Estão sete urgências fechadas e a primeira coisa que o Governo decidiu fazer, na primeira oportunidade que teve, foi avançar com a lei da nacionalidade”, criticou Paulo Raimundo..PS diz que Montenegro escolheu Chega como “parceiro preferencial na governação”.Rui Tavares acusa Aguiar-Branco de ter "medo do Chega". "Não tem condições"