Tal como o DN avançou em primeira mão no final da noite de domingo, o Partido Socialista votará contra o Orçamento Municipal, atuando de forma diferente aos quatro anos anteriores, onde se abstivera. Carlos Moedas, porém, vai ter o orçamento aprovado hoje, em reunião de Câmara, graças ao Chega. O partido já se tinha colocado ao lado da coligação Por Ti, Lisboa no Regimento que reforçou poderes do presidente, no Alojamento Local e na proposta fiscal. Apesar de alguns apontamentos e de reunir ainda ontem para acertar propostas de melhoria, Ana Simões Silva, vereadora eleita, dá conta ao DN de como o partido procederá. “No geral, estamos de acordo, há possibilidades de fazermos contrapropostas, mas o orçamento não nos causa grandes constrangimentos. Esperamos respostas a algumas perguntas, mas não estou a ver que possamos votar contra”, detalhou, concordando que “seria extremamente complicado” governar a cidade sem o orçamento aprovado, ainda que saliente que o Chega “não aceita porque sim”, mas com base “em ideias comuns.”Mais direcionada no grupo de trabalho para a ação social, Ana Simões Silva exalta que “falta assegurar situações de acamados, sem-abrigo e investimento em creches”, identificando que a habitação “é o problema maior” e enumerando que o Chega antecipou no programa eleitoral “reabilitação de imóveis da Câmara, mobilização de devolutos e construção”. Apesar dos apontamentos e de saber que só há um dos quatro espaços indicado em campanha eleitoral por Moedas para construção neste orçamento, diz que “o Chega confia que até final de mandato vão ser feitas mais casas”, apontando à necessidade de “acelerar licenciamentos e reduzir a burocracia. Os dois vereadores do Chega perfazem, com a coligação PSD-CDS-PP-IL, a viabilização de um orçamento que a esquerda, em uníssono, critica. O PS situara na habitação a principal reivindicação. Carolina Serrão, vereadora do BE, anuncia o voto contra porque o documento “potencia a especulação imobiliária e o desinvestimento em habitação pública, creches ou escolas”, vincando que o presidente da Câmara tem “ferramentas para taxar o turismo e a habitação de luxo e opta por não fazer”, mencionando ainda a “desastrosa política de habitação pública”, apontando o “desperdício de recursos do PRR, menos 32,5 milhões de euros do que o valor da execução prevista”.O Livre considera que “o orçamento proposto para 2026 dificilmente responderá às necessidades”, lembrando que há uma queda nas dotações com investimento, com especial gravidade na habitação, onde o orçamento desce de 98 milhões de euros para 64,5 milhões”. Em nota enviada ao DN, o vereador Carlos Teixeira entende que “não se reconhece a necessidade e a importância estratégica de apostar nos transportes públicos e na mobilidade suave”, atalhando que o investimento contrai 25,5 milhões de euros face a 2025, “uma diminuição de 26%”. “Perante um orçamento que corta investimento em habitação, encolhe a ambição na mobilidade sustentável e reforça o peso da despesa corrente, o Livre não pode acompanhar o orçamento proposto por Carlos Moedas, pelo que votará contra”, sintetiza. O PCP assinalou, na semana passada, a intenção de votar contra e apresentar soluções de oposição. Na reunião desta terça-feira, Carlos Moedas não confirmou se o contrato de delegação de competências para as freguesias, nomeadamente no que toca às ecoilhas, vai ser cancelado. Nos contratos interadministrativos apresentados, o documento referente ao 2.º semestre de 2025 detalha dívidas perto dos cinco milhões de euros. O Bloco atenta que “apesar da duplicação da taxa turística de dois para quatro euros, não houve um real aumento de verbas para as juntas. .A oposição ataca o único investimento em massa em habitação, no caso Marvila. Vale de Santo António e Vale de Chelas garantiriam 4400 casas, mas não há avanços.Empreendimento.Carlos Moedas quer centralizar competências na autarquia. Não deve ser alcançado em 2026, mas há aumento de 50% do valor, chegando a 64 M€.Higiene Urbana.Lisboa. Chega viabiliza aprovação da devolução de IRS, PS abstém-se, mas aliou-se ao BE na Carris.PS na Câmara de Lisboa anuncia voto contra orçamento para 2026, Chega mantém decisão “em aberto"