A IL deu entregou no Parlamento um projeto de resolução que tem como objetivo a inclusão de dados sobre nacionalidade, tanto de criminosos como de vítimas, no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) e estatísticas da Justica, com o objetivo de "esvaziar o discurso populista", trazendo ao debate político dados concretos, não baseados em "perceções", explicou ao DN fonte do partido.De acordo com o documento da bancada liberal, a que o DN teve acesso, o partido vê o RASI como "uma ferramenta fundamental para que possa ser feita uma análise séria, consciente e responsável do estado da segurança pública e da criminalidade em Portugal", mas a informação que contém "revela-se insuficiente", porque os dados têm "pouca granularidade, dificultando análises mais detalhadas e específicas que permitam compreender em profundidade as dinâmicas criminais, as características sociodemográficas dos envolvidos, as particularidades locais e os padrões evolutivos de diversos fenómenos relacionados com a segurança pública em Portugal".Para a bancada liberal, o RASI "apresenta uma análise geográfica de alguns tipos de crimes, mas é redutora a informação disponibilizada sobre o perfil sociodemográfico dos envolvidos", motivo pelo qual o partido propõe assim inclusão no relatório de "informação clara e completa relativa ao género, idade, nacionalidade e tipo de autorização de residência ou permanência dos agentes dos crimes e das vítimas".Com esta missiva, o partido argumenta que "é no combate à desinformação e ao aproveitamento político do vazio estatístico que se revela o verdadeiro valor da filigrana analítica", e que, por oposição, "a falta de informação é precursora da desinformação e de uma política baseada em emoções". O documento não refere bancadas à direita do partido no hemiciclo, mas destaca que a IL "acredita que a política deve basear-se em factos e dados e a sua não disponibilização ou a sua parca qualidade é contraproducente e serve apenas de catalisador de preconceitos, estigmas ao invés de proteger e retratar de forma fidedigna as dinâmicas criminais".