Henrique Gouveia e Melo, candidato à Presidência da República
Henrique Gouveia e Melo, candidato à Presidência da República Foto: Gerardo Santos

Gouveia e Melo perde mandatário distrital próximo de Sócrates devido a escuta "ilegítima" com mais de 10 anos

Afonso Camões renunciou ao cargo de mandatário por Castelo Branco devido a uma “ligação de juventude ao antigo primeiro-ministro”.
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Afonso Camões renunciou ao cargo de mandatário da candidatura presidencial de Henrique Gouveia e Melo, na sequência de uma notícia desta segunda-feira do Correio da Manhã, que lembra que o antigo presidente da Lusa foi apanhado em escutas a discutir com José Sócrates a sua nomeação para o cargo de diretor do Jornal de Notícias.

O anúncio foi feito esta terça-feira, 2 de novembro, por Camões nas próprias redes sociais, justificando que abandona a função porque “um cronista e um jornal decidiram desenterrar uma ilegítima escuta telefónica com mais de 10 anos” e para não prejudicar a candidatura de Gouveia e Melo. Em causa, diz, está uma “ligação de juventude ao antigo primeiro-ministro” José Sócrates.

“A mim não me atingem. O Prémio Carreira de Excelência, que me foi atribuído há um ano pela Associação Portuguesa de Imprensa, revela a marca da minha pegada profissional. Mas a intenção é clara: querem prejudicar a candidatura do Senhor Almirante em favor dos seus candidatos bem identificados, um dos quais, aliás, foi criado e sustentado pela estação de televisão do jornal que faz eco da injúria, vegetando na sargeta”, afirmou.

“Por isso mesmo, e porque não admito que a invocação do meu nome ou meu incondicional apoio à candidatura do Senhor Almirante sirvam de pretexto para lhe embaraçar o caminho, declaro com efeitos imediatos a renúncia à qualidade de Mandatário Distrital que honrosamente aceitei por convite de Vossa Excelência”, prosseguiu.

Afonso Camões havia sido escolhido para Gouveia e Melo para mandatário de por Castelo Branco.

A notícia do Correio da Manhã dá conta de que a "candidatura de Gouveia e Melo acumula ligações a José Sócrates”, ligações essas "cada vez mais visíveis”, tendo dado o exemplo da relação próxima entre o antigo primeiro-ministro e Camões.

Gouveia e Melo revelou desconforto perante o apoio público de José Sócrates, tendo dito que o dispensava, o que levou inclusivamente o antigo primeiro-ministro a reagir: "Para mim, a escolha nas eleições era de um mal menor. Eu não voto propriamente no Almirante, eu voto contra a extrema-direita. Não gosto de votar em militares, mas faço-o como quem assume um mal menor".

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"Eu acho que é altura do Sr. Almirante finalmente perceber o que as pessoas querem dizer. E, além do mais, eu não conheço Almirante nenhum, não sou fã de Almirante nenhum, não tenho nenhuma simpatia por nenhum almirante. Apenas o considero como um candidato que pode obstar à extrema-direita", esclareceu Sócrates.

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