Rui Rio contra a corrente aponta o dedo ao Ministério Público
Num momento em que se discute a renovação do mandato da Procuradora-Geral da República, Joana Marques Vidal, a responsável máxima pelo MP, Rui Rio avisou que iria ser "politicamente incorreto". "O governo foi incapaz e não teve respostas para dar. Eles não sabem mesmo", disse. Não é do executivo a quem vai pedir respostas.
É ao Ministério Público que o "país tem de exigir" resposta "rápida e correta" e quem está por trás deste caso, que "põe em causa a soberania nacional". O que se passou, sublinhou, vai para além da degradação de serviço público. Em Portugal conseguiu-se roubar material militar como num jardim se roubam galinhas".
E reafirmou, sem dizer tudo o que sabe: "Já vai lá do tempo de andarmos aqui nesta coisa e eu não digo tudo o que sei..." O líder do PSD recordou que há mais de um ano que não se sabe nada sobre o caso e recordou, com alguma ironia - lembrando o sketch de Raul Solnado da ida à tropa - os contornos bizarros da guerra entre a Polícia Judiciária e a PJ Militar. "A PJ Miitar descobre que há material furtado em Santarém em vez de chamar a GNR de de Santarém chama a de Loulé. A de Loulé!!! E não diz nada ao Ministério Público!"
Se apontou o dedo ao MP, liderado por Joana Marques Vidal, o facto é que também em Castelo de Vide não levantou a ponta do véu sobre o que pensa da recondução da procuradora-geral da República.
Minutos antes, a líder da JSD, Margarida Balseiro Lopes, tinha feito a defesa da recondução de Joana Marques Vidal, pelo trabalho que tem feito no país de combate à corrupção.