Rio e Rangel querem amarelo ao governo de Costa nas europeias
Em Penafiel, no jantar que marca o arranque para a campanha oficial para as eleições europeias, o cabeça de lista do PSD Paulo Rangel contou com a presença de Rui Rio para um ataque concertado ao governo de António Costa, com os social-democratas a pedirem "um cartão amarelo, um cartão amarelo forte, quase laranja" - sublinhou Rangel - ao executivo socialista no próximo dia 26 de maio.
Rio aproveitou o desafio de António Costa, que pediu aos portugueses para avaliarem a política deste governo, para desfiar várias críticas à governação e repescou o episódio da crise política em redor dos professores para avisar: "O PS e o senhor primeiro-ministro tentaram evitar a campanha com um golpe de teatro, mas agora não podem adiar mais, não podem mais fugir, vão mesmo ter de falar de eleições".
Com a voz a teimar em fugir-lhe, o que obrigou a algumas pausas na intervenção, apesar da tentativa de uma militante de resolver o problema levando um copo de água ao palanque, Rui Rio desfiou os pontos da governação pelos quais considera que o PS deve ser avaliado nas próximas europeias, salientando o desinvestimento nos serviços públicos, sobretudo na saúde: "as urgências dos hospitais a degradarem-se, as listas de espera a aumentarem, os 700 mil portugueses sem médico da família, menos investimento, maior degradação, pessoas diagnosticadas com cancro a morrerem sem iniciar o tratamento, a taxa de mortalidade infantil a aumentar..."
O tema da saúde já tinha sido muito focado por Paulo Rangel ao longo do dia de campanha, que começara de manhã na Póvoa de Varzim e em Vila do Conde e continuou à tarde em Matosinhos. À noite, em Penafiel, o cabeça de lista voltou a carregar no tema e apontou também à ministra da Saúde, Marta Temido: "Se tivesse consciência já se tinha demitido".
Rangel e Rio acusaram o PS de querer esconder o cabeça de lista socialista às Europeias, Pedro Marques, a quem o eurodeputado social-democrata apelidou mesmo de "candidato virtual", e apontaram sempre a António Costa. "Ele sim, é o nosso adversário nestas eleições", disse mesmo Rangel no jantar perante cerca de dois mil apoiantes, no Parque de Feiras e Exposições de Penafiel.
"Não temos medo do desafio que António Costa nos pôs, não temos medo de falar de política nacional", lançou Paulo Rangel, sublinhando que "não faltam razões para falar do país". Como, disse o cabeça de lista do PSD, "a maior carga fiscal em Portugal desde os tempos de Afonso Henriques". Mas também, acrescentou, "os cortes e cativações". "O PS deixou de investir nos serviços públicos essenciais", disse, para finalizar pedindo então que os portugueses aproveitem as europeias para punir o governo.
"Vamos dar uma lição a António Costa no dia 26", promete Rangel.