Rentrée PS. César ensaia discurso: ou geringonça 2 ou o caos

A ausência de acordos à esquerda poderá "prejudicar" a recuperação económica portuguesa. A encerrar a <em>rentrée </em>do PS, o presidente do partido dramatizou a necessidade de uma geringonça 2.
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"Os portugueses terão razões para julgar com severidade quem virou costas ao futuro."

Foi quase em tom de ameaça para os partidos à esquerda do PS que o presidente do partido, Carlos César, encerrou, no Convento de São Francisco, em Coimbra, a conferência de rentrée dos socialistas, intitulada "Recuperar Portugal".

Como se esperava, César centrou o seu esforço argumentativo na explicação da necessidade imperiosa de uma geringonça 2 - e fê-lo quase em modo "ou isso ou o caos".

Segundo disse, um novo acordo das esquerdas é imperioso porque "não se pode acrescentar à incerteza económica incerteza política". Se esse acordo não existir - acrescentou -, "as condições para uma recuperação sólida e rápida estarão prejudicadas", sendo ao mesmo tempo garantido que "os portugueses reclamam essa manifestação de confiança prolongada", para que se evite uma situação "incerta" assente em "adiamentos" e "sobressaltos".

No entender do presidente do PS, "a obrigação é reclamar o contributo em geral de todos os partidos". Mas a "opção inequívoca do PS é a de trabalhar com os parceiros estratégicos" que foram "essenciais para os progressos" registados até à pandemia - isto é, BE, PCP e PEV.

O que é preciso, disse, é uma "vontade política antes para compromissos depois". E isto porque, perante o que está em causa, "o Governo não pode depender de humores nacionais" nem estar sujeito a "calculismos eleitoralistas de ocasião". E o acordo das esquerdas importa para os Orçamentos de Estado mas também para "outras aprovações estratégicas".

Dito de outra forma: "Não vejo chantagens ou arrogâncias nestes apelos. Vejo humildade e uma grande consciência do interesse nacional", sendo certo que "é claro que não se podem fazer acordos sobre o que sempre se discordou".

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