Partidos dizem que apelo do patriarcado é "assunto encerrado"

Socialistas e comunistas falam em "lapso" e "erro". CDS diz que nenhuma entidade tem que fazer apelos ao voto

O socialista Pedro Marques desvalorizou esta quinta-feira uma publicação do Patriarcado de Lisboa nas redes sociais que apelava ao voto em três forças políticas, dizendo que foi "um lapso" e que este é um "assunto encerrado".

"O patriarcado já esclareceu que houve qualquer coisa que ocorreu, que foi corrigida, que houve um lapso. Para mim é um assunto encerrado", declarou Pedro Marques aos jornalistas, após uma reunião na Câmara Municipal do Porto.

Como o DN avançou, o Patriarcado de Lisboa partilhou, esta quarta-feira, na sua página de Facebook, uma publicação que associava o CDS, a coligação Basta e o Nós Cidadãos à defesa da vida, apelando ao voto nessas forças políticas - publicação que foi entretanto retirada.

Também o candidato do PCP, João Ferreira, considera a questão ultrapassada. "A retirada do 'post' e o reconhecimento do erro resolvem a questão. O fundamental é que todos, crentes e não crentes, tenham total liberdade de voto", afirmou o candidato comunista, após uma visita ao Mercado Municipal de Portimão.

"Estou certo de que as preocupações que a CDU tem vindo a expressar no plano da situação social, de resposta a situações de injustiça social, no plano da melhoria da distribuição de rendimentos, de promoção da igualdade, vai ao encontro das preocupações de muitos católicos e não católicos", disse o eurodeputado, repetindo que "a questão essencial está arrumada", com "a retirada do 'post' e o reconhecimento do erro".

Já Nuno Melo, do CDS, sublinhou que "nenhuma entidade tem que fazer apelos" pelo seu partido e afirmou que "o CDS não é o Patriarcado", nem pode "responder pelo Patriarcado ou qualquer outra entidade que queira falar do CDS". Mas acrescentou também: "Nós, infelizmente, levamos uma vida no CDS a assistir a vários apelos de entidades em relação a outros partidos, que não o CDS, e nunca notei essa preocupação".

Questionado se se sentia incomodado por ser colocado ao lado do Basta, que tem André Ventura como candidato, Nuno Melo - que falava à margem de uma visita à empresa de aeronáutica Embraer, em Évora - deu a resposta: "Incomodado? Em democracia... Isso equivale a perguntar se incomoda a qualquer partido ter o símbolo de todos os outros no boletim de voto. Estamos lá juntos. A democracia é assim mesmo."

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