Nuno Melo acusa gestão da "guerra" com os professores pelo mau resultado nas europeias

O cabeça de lista do CDS às eleições europeias garante que estratégia de campanha foi acertada com a direção do partido. E diz que a má gestão da "guerra" com os professores prejudicou os resultados eleitorais.
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Numa troca de galhardetes no Facebook com João Taborda da Gama, antigo secretário de Estado do breve governo de coligação PSD/CDS, Nuno Melo considera que a "questão incidental dos professores" certamente afetou mais os resultados do CDS "mais do que quimeras do que seja". O já eleito eurodeputado centrista atira assim grande parte da responsabilidade pelo mau resultado do partido nas europeias, em que teve apenas 6,21% dos votos, para o colo de Assunção Cristas e para a direção da bancada parlamentar, que geriu este dossier.

A responsabilização da direção pelo resultado é ainda mais clara quando Nuno Melo escreve: "A estratégia das europeias não foi obviamente decidida por nenhum candidato em particular. Foi avaliada e validada pela liderança, em que me incluo, como é evidente. Devo dizer que segui com convicção essa estratégia, que coloca o CDS como a escolha para quem é de direita em Portugal, por me fazer todo o sentido, mais ainda quando Rui Rui assume o PSD como um partido do centro. O CDS é o lado direito da moderação. Quando a moderação abandonar a direita, o caminho ficará aberto para todos os extremismos a que o CDS foi sempre fronteira".

Nuno Melo diz assumir a responsabilidade pelo resultado, mas sublinha novamente que "nas europeias só houve um CDS. O da Assunção Cristas, que também é o meu. A teoria de uma estratégia de quem seja, à revelia da vontade de quem preside ao CDS, é simplesmente ridícula".

Isto em resposta também a um post de Taborda da Gama, no qual o jurista afirma que "Cristas foi a grande vencedora das europeias. Porque, "é hoje comprovável que há muito mais portugueses a quererem um CDS liberal, cosmopolita e humanista, do que um CDS fechado, virado para o passado, obcecado com causas desligadas da vida dos portugueses". O que implicitamente colaria esta versão fechada a Nuno Melo, que durante a campanha o partido Vox em Espanha não é de extrema-direita, o que foi muito criticado mesmo internamente no CDS.

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