Marta Temido diz que governo está preparado para distribuir vacina em janeiro
"O governo está a preparar tudo para poder ter a distribuição da primeira vacina em janeiro", avançou a ministra da Saúde no podcast do Partido Socialista Política com Palavra. Marta Temido disse também que nomeou uma taskforce para o acompanhamento da introdução da vacina.
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A população alvo para as primeiras vacinas são pessoas acima de uma certa faixa etária, ainda por definir, com comorbilidades associadas, profissionais de saúde, profissionais de serviços sociais, e profissionais de serviços essenciais, como a proteção civil e as forças de segurança.
A ministra da Saúde disse que o grupo por si designado para acompanhar a chegada da vacina ao país integra várias personalidades e funcionários dos serviços centrais do Ministério da Saúde, entre os quais a Direção Geral da Saúde.
Em relação à estratégia de vacinação, dividiu a tarefa em quatro temas, da identificação das populações alvo e os grupos prioritários à logística, à centralização do registo informático, incluindo eventuais reações adversas, e a comunicação à população.
Estas declarações surgem após notícias recentes de vacinas que estão a revelar-se promissoras.
A multinacional farmacêutica norte-americana Pfizer e a parceira biotecnológica alemã BioNTech anunciaram que a sua vacina experimental para a covid-19 tem 95% de eficácia.
Dois dias depois, os russos anunciaram que a vacina Sputnik V tem uma eficácia de 92%.
Na segunda-feira, a empresa de biotecnologia norte-americana Moderna indicou que a sua vacina candidata é 94,5% eficaz na prevenção da covid-19, tendo em conta a análise de 95 casos.
Na terça-feira, a vacina chinesa Coronavac revelou-se "segura" e com uma resposta de anticorpos em 97% dos voluntários, segundo um estudo publicado na revista The Lancet.
A chegada de vacinas a Portugal será assegurada pela União Europeia, que já encomendou centenas de milhões de doses resultado de cinco acordos com farmacêuticas.
A bastonária da Ordem dos Farmacêuticos considerou esta quarta-feira que as autoridades de saúde portuguesas falam de forma irresponsável nas potenciais vacinas para a covid-19, valorizando-as sem haver qualquer estratégia para a sua aplicação.
Intervindo na Convenção Nacional da Saúde, Ana Paula Martins afirmou que "o processo [de descoberta e aplicação de uma vacina] é tão complexo que é completamente leviano fazer considerações sobre a distribuição da vacina sem saber exatamente quais as primeiras que vão chegar ao mercado, quais as condições de refrigeração para as manter e quais os grupos primários a vacinar".
Por isso, declarou que é "irresponsável usar a vacina como meio de apontar o caminho", quando "as várias vacinas, com as suas características, vão exigir uma estratégia nacional que vai levar tempo".