Marcelo no Corvo. Eventual recandidatura é decisão que está "longe" de ser tomada

O Chefe de Estado passou os primeiros minutos na ilha a tirar algumas fotografias e a beber uma imperial, que o próprio tirou na sua passagem pelo restaurante Caldeirão. Sobre uma eventual recandidatura ao cargo em 2021, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que é ainda prematuro falar
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Marcelo Rebelo de Sousa aterrou ao início da tarde na Ilha do Corvo, nos Açores, para comemorar a passagem de ano com o tradicional mergulho no mar. Falando aos jornalistas à chegada, o chefe de Estado revelou que a ideia de passar o fim de ano na ilha do Corvo surgiu do antigo presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, que é açoriano.

"Correu muito bem a vinda das Lajes para aqui e a aterragem correu muito bem", disse o Presidente da República à chegada,depois de o mau tempo ter colocado algumas dúvidas sobre a viagem. Marcelo sublinhou que passar o Ano Novo nos Açores era "uma promessa" que só não seria cumprida "se não fosse possível".

"O Presidente da República tem sempre no coração todos os portugueses e portuguesas", disse ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

À sua espera tinha algumas dezenas de habitantes da terra, aproveitando os primeiros minutos na ilha para tirar algumas fotografias e beber uma imperial, que o próprio tirou na sua passagem pelo restaurante Caldeirão, a escassos metros da aerogare.

Sobre uma eventual recandidatura ao cargo em 2021, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que é uma decisão que está "longe" de ser tomada, mesmo com as "previsões e vontades" de comentadores e alguma população.

"As pessoas partem do princípio que sim [que Marcelo se recandidata], mas está longe de ser uma decisão tomada e não será tão depressa. As pessoas confundem as suas previsões e vontades com a minha decisão", considerou o chefe de Estado.

E prosseguiu: "A única coisa que digo, e está a começar a chover, sinal divino para que abreviemos a conversa, é que é prematuro falar, tenho ouvido os comentadores todos terem como definitivo que sou candidato. Mas isso é a opinião deles, não a minha opinião. Quem vai decidir sou eu".

Este ano, e pela primeira vez, a mensagem de Ano Novo do Presidente da República é transmitida a partir do Corvo, nos Açores, onde Marcelo Rebelo de Sousa faz a sua passagem de ano, com os habitantes da ilha açoriana, a 1.890 quilómetros de Lisboa.

O Chefe de Estado celebrar a entrada em 2020 na ilha mais pequena dos Açores, o Corvo, onde apenas estão registados 430 habitantes.

Aos jornalistas e depois de já ter descido a pé até ao centro da ilha, Marcelo confessou que tem "algumas ideias e tópicos" para a mensagem de Ano Novo, mas que só a iria escrever durante o dia.

Todas as mensagens do atual chefe de Estado têm uma duração de cerca de oito minutos.

"Cá estou eu, cá estou eu"

À noite, Marcelo Rebelo de Sousa chegou cerca das 21:45 dos Açores (22:45 em Lisboa) ao jantar de fim de ano com a comunidade da ilha do Corvo, desejando que 2020 seja melhor em "muitos aspetos da vida de toda a gente".

"Cá estou eu. Cá estou eu", repetiu aos jornalistas, ao mesmo tempo que ia cumprimentando, uma a uma, as cerca de 150 pessoas que marcaram presença no jantar na ilha do Corvo.

Para 2020, Marcelo Rebelo de Sousa almeja um "ano melhor, quer no mundo, quer na Europa, quer em Portugal". E prosseguiu: "Preferia que o ano que vem fosse melhor em muitos aspetos da vida de toda a gente".

Sobre os Açores, o chefe de Estado mostrou-se "gratíssimo" pela forma como foi recebido após uma ideia - passar o ano no Corvo - apresentada "muito tarde, de surpresa, e houve que responder a esse desafio tardio, e foi um acolhimento extraordinário".

"Desejo que os açorianos continuem a ser como são, são espetaculares", disse ainda.

Questionado sobre as regionais nos Açores em 2020, as únicas eleições que Portugal terá no novo ano, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou o quadro autonómico e manifestou o desejo de "progresso económico e social" para o futuro do arquipélago, sem entrar no detalhe do sufrágio.

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