Marcelo avisa: haverá "um número muito pequeno de vacinados em janeiro"
"E não haja ilusões. Não haverá senão um número muito pequeno de vacinados em janeiro", afirma Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem disponibilizada há minutos no site da Presidência a propósito de mais uma renovação do estado de emergência (agora de 24 de dezembro a 7 de janeiro).
Acrescentando mesmo que "muito menos haverá, nem em janeiro, nem nos meses imediatos, os milhões de vacinados necessários para assegurar uma ampla imunização que trave a pandemia".
Referindo-se implicitamente à folga no confinamento que foi autorizada para o Natal, Marcelo deixa ainda outro aviso: "Ou celebramos o Natal com bom senso, maturidade cívica e justa contenção, ou janeiro conhecerá, inevitavelmente, o agravamento da pandemia, de efeitos imprevisíveis no tempo e na dureza dos sacrifícios e restrições a impor".
Para Marcelo este é "o contrato de confiança que essa renovação [do estado de emergência] pressupõe entre todos os Portugueses".
"Um contrato de confiança, que não é entre nós e o Estado, o Presidente da República, a Assembleia da República ou o Governo, mas entre nós e todos os outros nossos compatriotas, que sofrerão na vida, na saúde, no desemprego, nos rendimentos, por causa do que tivermos feito ou deixado de fazer neste Natal", escreveu.
Para o Presidente, "só o cumprimento desse contrato de confiança poderá evitar o que nenhum de nós deseja: mais casos, mais insuportável pressão nos internados e nos cuidados intensivos e mais mortos".
E o Natal é "por definição, é tudo menos tempo de egoísmo". Pelo contrário: "É tempo de dádiva, de partilha, de solidariedade".
Portanto, "aue a dádiva, a partilha, a solidariedade neste Natal de 2020 se traduza, no que dependa de nós, em poupar da pandemia os nossos familiares, vizinhos, amigos, que o mesmo é dizer, o nosso Portugal".