Marcelo avança e promete que será "exatamente o mesmo"

Anúncio feito há minutos numa comunicação sem direito a perguntas dos jornalistas. Local escolhido foi a sede da candidatura há cinco anos

Numa mensagem ao país feita a partir de uma pastelaria de Belém, o Presidente da República confirmou que será recandidato a Belém.

"Sou candidato à Presidência da República", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. E justificou: "Porque temos uma pandemia a enfrentar, porque temos uma crise económica e social para vencer e porque temos uma oportunidade única de, além de vencer a crise, mudar para melhor Portugal, na economia mas sobretudo no nosso dia-a-dia, reforçando a nossa coesão social e territorial".

"Não vou a meio de uma caminhada exigente e penosa fugir às minhas responsabilidades, não vou trocar as adversidades e impopularidades de amanhã pelo comodismo pessoal ou familiar de hoje", disse ainda. Ou seja: "Tal como há cinco anos cumpro um dever de consciência."

Tentando assegurar que não fará um segundo mandato diferente do primeiro, Marcelo disse que será "exatamente o mesmo" que avançou há cinco anos.

"Quem avança para esta eleição é exatamente o mesmo que avançou há cinco anos", alguém "convictamente católico", "assumidamente republicano" (e "por isso avesso a nepotismos e corrupções") e por último "determinadamente social-democrata". "Sou exatamente o mesmo na visão de Portugal", insistiu ainda.

Num recado implicito ao candidato do Chega, André Ventura, acrescentou ser "um defensor da democracia mas não da chamada democracia ileberal, que não é democrática".

Ao mesmo tempo, prometeu que continuará a ser Presidente, caso reeleito, "com proximidade, com descrispação, com pluralismo democrático" - "mas diálogo e convergência no essencial".

Dito de outra forma: em Belém estará "um Presidente independente que não instabilize - antes estabilize" e "que não divida, antes una" - "e que puxe sempre pelo que de melhor tem Portugal".

Marcelo começou por recordar que o espaço onde agora está a Versailles de Belém, na esquina da rua da Junqueira com a Calçada da Ajuda, mesmo junto ao Palácio de Belém, funcionou como sua sede de campanha nas presidenciais de 2016. E ao iniciar a sua mensagem prometeu que estará disponível para debates frente-a-frente com todos os restantes candidatos.

Depois justificou só agora ter decidido anunciar a recandidatura: "quis promulgar as novas regras eleitorais antes de convocar a eleição", "quis convocar a eleição como Presidente da República antes de avançar como cidadão" e "quis tomar decisões sobre o segundo estado de emergência como Presidente da República e não como candidato".

Marcelo Rebelo Rebelo de Sousa nasceu em Lisboa há 72 anos (12 de dezembro de 1948). É catedrático de Direito e foi professor universitário toda a sua vida adulta. Além disso, jornalista e comentador político de vasta audiência.

Na política foi intermitente. Foi deputado do PSD na Constituinte (1975-1976). Depois disso, secretário de Estado (1981-1982) e ministro (1982-1983) dos Assuntos Parlamentares do governo da Aliança Democrática chefiado por Francisco Pinto Balsemão.

Liderou o PSD entre 1996 e 1999. Antes, em 1993, tinha sido o candidato do PSD à Câmara de Lisboa, candidatura que perdeu para Jorge Sampaio (PS).

Em 24 de janeiro de 2016, foi eleito Presidente da República, à primeira volta, com 52% dos votos expressos, sucedendo a outro ex-líder do PSD, Cavaco Silva.

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