A ministra da Saúde considera que os portugueses não perdoariam que fosse "desperdiçada a oportunidade" de ter uma "melhor Lei de Bases da Saúde", defendendo que a proposta do Governo salvaguarda um "serviço público forte".."O Governo continua perfeitamente convicto de que a sua proposta é a melhor para o que importa salvaguardar: um serviço público forte, onde a preferência é pela gestão pública e pelo trabalho em tendencial dedicação exclusiva", afirmou Marta Temido aos jornalistas no final de um debate no Parlamento..A ministra diz que ainda confia que os partidos que vão votar estar sexta-feira na especialidade as propostas para a Lei de Bases da Saúde saibam "perceber as diferenças" entre a Lei em vigor e a proposta do Governo, em que "os serviços públicos saem reforçados..Contudo, Marta Temido acrescenta que uma lei não deve "reduzir o mundo apenas a um cenário de ou preto ou branco", referindo-se aos partidos mais à esquerda do PS que rejeitam propostas que admitam as parcerias público-privadas na saúde..BE desafia Governo a rever posição.Durante o debate parlamentar, o deputado do Bloco de Esquerda, Moisés Ferreira, desafiou o PS a rever a sua posição: "Até amanhã [sexta-feira] ainda há tempo para voltar a fazer o caminho que estávamos a fazer antes do recuo do PS [em relação às PPP]"..Já o PSD afirmou estar disponível para incluir "sugestões do PS" no seu projeto de alteração da Lei de Bases da Saúde, desafiando os socialistas a contribuírem para o que classificou de proposta "equilibrada, moderada e inclusiva"..Na abertura da interpelação do PSD ao Governo sobre política de saúde, o deputado Ricardo Baptista Leite acusou o executivo de ter apresentado "uma proposta redutora e ideologicamente enviesada" e apenas ter conversado com os "parceiros de extrema-esquerda".."O PSD nunca foi tido nem achado pelo Governo ou pelo PS [...]. Colocamos sempre o interesse do país acima da conveniência partidária e, por isso, o PSD está disponível para incorporar eventuais sugestões do PS na proposta que apresentamos, desde que contribuam para a melhoria da saúde dos portugueses", afirmou, no dia em que o jornal Público escreveu que o Governo admite que só poderia aprovar a sua proposta com a abstenção dos sociais-democratas..O coordenador da bancada do PSD para a área da saúde desafiou o PS a responder a este desafio: "Esta é a hora da verdade, está agora nas mãos do PS contribuir para que o país possa vir a ter uma nova Lei de Bases. O PSD está disponível, o PS está?", questionou..O deputado alertou que "não há Lei de Bases" que possa resolver os problemas do Serviço Nacional de Saúde (SNS), considerando que o estado do setor se pode resumir na palavra "degradação".