"Lamentamos decisão britânica", diz Ministério dos Negócios Estrangeiros
O Ministério dos Negócios Estrangeiros já reagiu à decisão desta quinta-feira do governo britânico de excluir Portugal da lista de países seguros. "Lamentamos a decisão britânica de excluir Portugal continental da lista de países isentos de quarentena", lê-se num comunicado divulgado na rede social Twitter.
O ministério fez saber, no entanto, que "valoriza a manutenção dos Açores e da Madeira".
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Na nota, o gabinete de Augusto Santos Silva garante que as "regras sanitárias e a eficácia do nosso SNS têm reconhecidamente permitido controlar os efeitos da pandemia".
"Portugal continuará a remeter toda a informação sobre a evolução da situação epidemiológica no espírito de total transparência que caracteriza o nosso diálogo com o Reino Unido. Devemos combater a covid-19 juntos, com firmeza, equilíbrio e previsibilidade", lê-se ainda no comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Uma posição que surge pouco depois de conhecida a decisão do governo britânico em voltar a tirar Portugal continental da lista dos países seguros como medida de prevenção no âmbito da pandemia de covid-19, mas mantendo os Açores e a Madeira.
A informação foi avançada pelo ministro dos Transportes britânico Grant Shapps na sua conta no Twitter.
A decisão entra em vigor a partir de sábado (12 de setembro) e implica que quem chegar a Inglaterra proveniente de Portugal, com exceção da Madeira e dos Açores, tem de cumprir um período de quarentena de 14 dias, conforme explica Shapps na rede social. Uma decisão que já era esperada devido ao aumento do número de casos que Portugal tem registado nos últimos dias.
"Através de informação aperfeiçoada, agora temos a capacidade de avaliar ilhas separadas dos seus países continentais. Se chegar a Inglaterra vindo dos Açores ou Madeira, não precisará de se isolar por 14 dias", explicou Grant Shapps no Twitter.
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Já na semana passada, a Escócia tinha excluído Portugal da sua lista de "corredores internacionais", medida que entrou em vigor a partir de 5 de setembro. O País de Gales aplicou restrições um dia antes, mas também manteve a Madeira e Açores isentos de quarentena.
O governo autónomo da Irlanda do Norte ainda não anunciou uma alteração nas restrições, mas em geral acompanha as decisões de Londres.
O aumento contínuo do número de casos de infeção em Portugal terá pesado na decisão, que era esperada na semana passada, quando ultrapassou o valor de 20 casos por 100 mil habitantes.
O índice de transmissibilidade efetivo (Rt) encontra-se atualmente nos 1,12, um valor considerado de risco.
A situação epidemiológica em Portugal agravou-se desde meados de agosto, tendo sido registadas 3.909 novas infeções entre 17 e 30 de agosto, de acordo com a informação da Direção-geral da Saúde (DGS) divulgada durante a reunião do Infarmed desta segunda-feira, que juntou políticos, peritos e parceiros sociais.
Na quarta-feira, Portugal confirmou 646 novos casos, o número diário de infeções mais elevado desde 20 de abril. Hoje, o boletim epidemiológico da DGS indica que o nosso país registou, nas últimas 24 horas, mais 585 casos de covid-19 (um crescimento de 0,95% em relação ao dia anterior).