Governo PS negociará orçamentos "ano a ano" com o PCP

Já acabou o encontro entre as delegações do PS e do PCP, chefiadas pelos líderes dos dois partidos, que teve lugar na sede nacional dos comunistas.
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"O PS está em condições de formar Governo" mas, de resto, o PCP não se compromete com nada. Analisará os Orçamentos do Estado "ano a ano", recusa compromissos escritos, e analisará cada processo legislativo à luz do seu próprio programa: "Estaremos em tudo o que for avanço" e "votaremos contra qualquer proposta que não seja benéfica para a justiça social".

Em síntese, foi isto que Jerónimo de Sousa, líder do PCP, disse depois de um encontro, nada sede nacional dos comunistas, com o líder do PS, e primeiro-ministro indigitado, António Costa. "Não alimentaremos quadros ilusórios de convergência", insistiu o secretário-geral do PCP.

Segundo acrescentou, à partida, mesmo sem acordos escritos - como as "posições conjuntas" assinadas em 2015 - "não há nenhum problema de estabilidade". Mas esta, em última instância, "depende das políticas". "Não há nenhum obstáculo à entrada em funções do Governo nem nenhum obstáculo à estabilidade", insistiu.

O que ficou claro é que o PS se compromete com o PCP a fazer consultas prévias tendo em vista a preparação dos orçamentos do Estado - tal como aliás aconteceu sempre em todos os orçamentos da legislatura que agora está a terminar.

António Costa, por sua vez, saiu do encontro com a delegação comunista tentando desdramatizar a ausência de disponibilidade comunista para um acordo escrito. "Temos todas as razões para encarar a legislatura com confiança" até porque, até agora, nos partidos à esquerda do PS, "ninguém demonstrou vontade de precipitar uma crise política".

Segundo o líder socialista, no diálogos à esquerda "nada voltará a ser como dantes" de 2015. Por isso, quanto ao PCP, o Governo negociará orçamentos, como o fez desde 2015.

A relação de forças que saiu das legislativas diz que os orçamentos do Governo do PS só serão chumbados se aos votos contra dos partidos à direita do PS (PSD+CDS+Chega+Iniciatival Liberal) se somarem também os votos contra do BE (19 eleitos) e da CDU (12). Abstendo-se a CDU ou o BE (ou ambos), o orçamento passa.

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