Saúde pública e privada? Rio mantém propostas mesmo que sejam polémicas no PSD

As propostas do PSD para a área da Saúde vão ser discutidas no Conselho Nacional do partido no dia 12 de setembro, mas não serão sujeitas a votação. Quer dizer que Rui Rio vai manter-se imune a eventuais críticas internas ao documento, que defende que os cuidados devem ser prestados tanto pelo setor público como pelo setor privado ou social.
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A proposta, elaborada no âmbito do Conselho de Estratégico Nacional, também foi debatida na Comissão Política em julho e mereceu vários reparos e críticas, segundo fontes daquele órgão. O que não impediu Rio de apresentar aos deputados as linhas gerais do documento. Aproveitou o jantar da bancada social-democrata de final de sessão legislativa para o fazer.

O líder do PSD defendeu que é preciso "mudar o paradigma" nesta área e que o Estado tem de saber gerir "os três atores do sistema sem complexos ideológicos: público, privado ou social". Aos deputados Rio disse recusar que o debate se faça entre o setor público e o privado. "É como for mais barato, eficiente e com maior qualidade".

Ora é precisamente esta posição que maior polémica causa no partido. Há quem entenda que pode dar a ideia de que o PSD defende a privatização do Serviço Nacional de Saúde. "Não é esse o caminho apontado", diz ao DN uma fonte da direção do PSD. E lembra que o "sistema de Saúde atual já comporta as valências defendidas no documento", só que diz, "é preciso integrá-las de outro modo".

A mesma fonte lança uma recado, em jeito de pergunta, às vozes críticas no PSD: "Com certeza não querem que o PSD defenda a reforma do SNS do João Semedo e do António Arnaut?" E acrescenta: "este, como os outros, são documentos de trabalho destinados a abrir o debate na sociedade portuguesa, apesar destas propostas serem uma base para a elaboração do programa eleitoral do partido". O documento poderá ainda sofrer ajustamentos, mas as ideias essenciais são para prevalecer.

O documento vai ser colocado à discussão dos conselheiros nacionais, segundo a mesma fonte, não porque tenha suscitado polémica dentro dos órgãos nacionais, mas porque houve críticas de que os documentos produzidos pelo Conselho Estratégico ­- o da política para a infância e o da reforma da união económica e monetária - não estavam a ser alvo de debate no partido.

A apresentação pública do documento esteve prevista para final de julho, o que não veio a acontecer.

Já quanto às propostas para a área da Justiça, que também estão praticamente prontas, não serão reveladas publicamente. Por defender um pacto para a Justiça e uma reforma profunda, Rui Rio quer que o documento sirva de base para a discussão com as outras forças políticas e com o governo., sem que o PSD apareça a defendê-las antes na praça pública.

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