Marcelo: "Governo podia ter ido mais longe no estímulo ao investimento privado"

Presidente da República justificou de viva voz a promulgação do Orçamento do Estado para 2019. "O caminho é bom para a economia", mas... falta "estímulo ao investimento privado". Marcelo manifestou-se ainda preocupado com os efeitos de uma "desaceleração" do crescimento na Europa e no Mundo.
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Depois de um pulo ao Marquês de Pombal, ao volante do seu automóvel, para ver o que se passa com os "coletes amarelos", o Presidente da República parou para explicar aos jornalistas que aprovou o OE2019 porque tem um "caminho bom para a economia" nacional. Um caminho, no entanto, que podia ter sido melhor. já que "o governo podia ter ido mais longe no estímulo ao investimento privado", sobretudo nas pequenas e médias empresas.

Não foi, sublinhou, porque "acredita muito no modelo do investimento público". O que lhe dá alguma preocupação se houver uma desaceleração do crescimento económico na Europa e no Mundo. "Se o crescimento europeu não criar um ambiente tão bom como em 2018 e 2017 sobra para a economia portuguesa", vaticinou.

Marcelo Rebelo de Sousa reconheceu que o documento inclui "diversas almofadas preventivas" em caso de um cenário menos favorável. Porque no caso de ser ao invés, admite que o ministro das Finanças, Mário Centeno, possa mesmo rever em baixa os números do défice. "Até pode passar a zero ou a um superavit".

Na nota que publicou na página oficial da Presidência da República, o chefe do Estado já tinha sublinhado que este Orçamento do Estado é "avesso a mais evidentes desagravamentos fiscais na tributação direta das pessoas e das empresas", o que é suscetível de criar dificuldades em relação à economia se o contexto se deteriorar.

A maturidade do povo com 900 anos

Mas Marcelo estavas na rua sobretudo para sentir o pulsar do protesto dos "coletes amarelos". A falta de adesão popular teve imediata explicação: "os portugueses são um povo com quase 900 anos que não troca a democracia por coisas aventureiras".

O Presidente da República acentuou assim a "sensatez" dos portugueses, que "quando têm de exprimir, exprimem em eleições e percebem que estar a reproduzir a realidade de outros países, com violência, não faz parte do nosso sistema".

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