O Governo vai ter de voltar à mesa das negociações com os professores, para a contagem do tempo de carreiras a descongelar, decidiram os deputados esta segunda-feira na Assembleia da República. Os socialistas votaram contra sozinhos..No âmbito da votação em sede de especialidade, na reunião da Comissão de Orçamento e Finanças, os deputados do PSD, BE, CDS e PCP viabilizaram a proposta que estabelece essas negociações..Ao anunciar os resultados da votação, a presidente da Comissão, Teresa Leal Coelho, anunciou que tinha sido "aprovado com voto contra do PS". E acrescentou: "Uma verdadeira maioria alternativa.".A proposta do PSD para alterar o artigo 16.º A acabou por estabelecer que "a expressão remuneratória do tempo de serviço nas carreiras, cargos ou categorias integradas em corpos especiais, em que a progressão e mudança de posição remuneratória dependam do decurso de determinado período de prestação de serviço legalmente estabelecido para o efeito, é considerada em processo negocial com vista a definir o prazo e o modo para a sua concretização, tendo em conta a sustentabilidade e compatibilização com os recursos disponíveis"..As propostas do BE e do PCP, que definiam um calendário de faseamento da progressão das carreiras, foram chumbadas - como já se antecipava esta segunda-feira de manhã..O primeiro-ministro, António Costa, já tinha acusado esta proposta social-democrata de ser redundante porque aquilo que seria votado já tinha sido posto em prática no ano passado pelo executivo socialista..As bancadas parlamentares, incluindo as da esquerda que têm apoiado o Governo PS, não acompanharam este argumento e aprovaram a reabertura do processo negocial..O executivo tinha aprovado um decreto-lei que, depois de goradas as negociações com os sindicatos dos professores, definiu que os docentes veriam as suas carreiras descongeladas em 2 anos, 9 meses e 18 dias - e não no tempo total pedido por sindicatos e partidos da esquerda (9 anos, 4 meses e 2 dias).