Ferro Rodrigues: "Se as eleições fossem amanhã não hesitaria em votar em Marcelo"
"Não mudei uma vírgula sobre aquilo que disse há ano e meio. Se as eleições fossem amanhã, na hesitaria em votar no professor Marcelo Rebelo de Sousa", afirmou o presidente da Assembleia da República à entrada de um restaurante em Lisboa onde almoçou com o primeiro-ministro, assinalando a reabertura de restaurantes e cafés após o estado de emergência.
Após a entrevista de António Costa à TSF, esta segunda-feira, em que o primeiro-ministro deu como certa uma reeleição de Marcelo Rebelo de Sousa e das suas declarações durante a visita à fábrica Autoeuropa, Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República e líder do Partido Socialista entre 2002 e 2004, veio demonstrar apoio público ao atual Presidente da República também esta segunda-feira.
As declarações foram feitas minutos antes de se sentar à mesa do restaurante "O Alfaia", no Bairro Alto. "Hoje é um dia muito importante. Daqui a 15 dias e a um mês teremos de fazer novo balanço. Não sou propriamente um otimista, mas estou otimista."
O convite para este almoço partiu do primeiro-ministro. "Escolhi um restaurante tradicional, uma casa muito antiga, e quero dar um sinal aos portugueses de confiança na restauração e um agradecimento, foi um dos setores mais atingidos" pela pandemia, disse António Costa.
Ferro Rodrigues reagiu com bom humor ao convite: "Fica já aqui visto quem vai pagar a conta." E apreciou a escolha do restaurante, visto que o frequente "há 40 anos". Revelou também a gastronomia de que sente falta: "Tenho saudade daqueles pratos leves, tipo cozido à portuguesa, feijoada, sardinhas assadas, coisas assim levezinhas."
O primeiro-ministro tem-se desdobrado em sinais de confiança esta segunda-feira. Antes das 09:00, tomou o pequeno-almoço em Benfica na pastelaria "Califa", lembrando que "se continuarmos todos parados sobrevivemos à doença, mas podemos não sobreviver à cura".
Este domingo, Ana Gomes, antiga eurodeputada socialista veio admitir refletir sobre uma eventual candidatura da Belém.
A ex-eurodeputada considerou este domingo, na SIC Notícias, que a semana política que agora terminou veio mudar os dados do jogo. "A situação não é igual ao dia anterior a este vaudeville que nos encenaram", afirmou. "Não tenho a ambição de ser candidata, mas o que se passou é tão grave, tem tantas implicações para a democracia, que fico preocupada", acrescentou.
A possibilidade de uma candidatura de Ana Gomes a Belém foi levantada por Francisco Assis em fevereiro deste ano.