Um elogio e um anúncio. Costa lança Marcelo para recandidatura

"A terceira data [para a visita à Autoeuropa] é óbvia: é no primeiro ano do segundo mandado do senhor Presidente", disse Costa. Marcelo referiu que PM "esteve muito bem" no caso Novo Banco, deixando implícitas críticas ao ministro das Finanças Mário Centeno
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António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa visitaram esta quarta-feira a fábrica da Autoeuropa, em Palmela, e nas declarações aos jornalistas, no final da visita, o Primeiro-Ministro deu a entender que deseja ver Marcelo Rebelo de Sousa recandidatar-se à Presidência da República, um anúncio que o próprio Marcelo ainda não fez.

Sublinhando que já visitou duas vezes a fábrica na companhia de Marcelo Rebelo de Sousa, o Primeiro-Ministro disse que se estabeleceu "uma nova tradição de que na Autoeuropa o Presidente e o Primeiro-Ministro vêm em conjunto. Foi assim em 2016, no primeiro ano de mandato do Presidente da República, e agora também no último ano do atual mandato", começou por dizer Costa.

"Há pouco foi-nos lançado o desafio que da próxima vez deveríamos aproveitar para partilhar com os colaboradores da Autoeuropa uma refeição no refeitório. Como não há duas sem três, cá devemos voltar outra vez", disse Costa.

O Primeiro-Ministro avançou então "uma data simbólica" para a terceira visita em conjunto: "A terceira data é óbvia, é no primeiro ano do segundo mandado do senhor Presidente, faço-me desde já convidado", disse Costa.

Falando a seguir a António Costa, Marcelo Rebelo de Sousa não respondeu diretamente às perguntas dos jornalistas sobre uma eventual recandidatura.

"Cá estaremos este ano e nos próximos anos a construir um Portugal melhor", disse o Chefe de Estado.

À pergunta de outra jornalista, novamente sobre se iria ou não recandidatar-se, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu:

"Cá estaremos em qualquer caso, não nos podemos substituir à vontade de todos os portugueses", afirmou. "Acho que é prematuro estarmos a falar dessa matéria", acrescentou Marcelo.

António Costa voltou a falar, após as declarações do Presidente, para insistir no que anteriormente tinha afirmado: "Sendo eu um otimista, como é sabido, não tenho a menor dúvida de que é que se seguirá no próximo ano", rematou.

Novo Banco. Costa esteve "muito bem", já Centeno...

"O senhor Primeiro-Ministro esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Estado cumprisse as suas responsabilidades, se se conhecesse previamente a conclusão da auditoria", disse Marcelo sobre a transferência dos 850 milhões de euros para o Novo Banco.

O Presidente da República não se quis alongar em mais declarações, e evitou pronunciar-se sobre a alegada falta de comunicação por Mário Centeno de que a transferência já tinha sido efetuada mesmo sem as conclusões da auditoria, mas deixou claros recados ao ministro das Finanças.

"É politicamente diferente o Estado assumir responsabilidades dias antes de se conhecer as conclusões de uma auditoria ou a auditoria ser concluída dias antes de o Estado assumir responsabilidades", referiu Marcelo Rebelo de Sousa.

"Há uma auditoria que tinha sido anunciado que estaria concluída em maio deste ano, respeitando a 2000-2018, para os portugueses não é indiferente cumprir compromissos com o conhecimento exato do que se passou num determinado processo ou cumprir compromissos e mais tarde vir a saber como é que foi esse processo até 2018".

"É politicamente diferente uma coisa e outra", frisou, escusando-se depois a responder a mais perguntas sobre este assunto: "Eu não tenho mais nada a dizer, o que eu disse foi claríssimo".

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