Poder
13 maio 2019 às 12h26

Marisa Matias avisa que campanha de ataques pessoais favorece abstenção

A cabeça de lista do BE às europeias, Marisa Matias, avisou que se a campanha for marcada por ataques pessoais ou piadas a abstenção vai aumentar, defendendo que se discuta política, apesar de não ser tão "engraçadinho".

Lusa

Em declarações aos jornalistas no final de uma visita à Escola Básica Maria Barroso, em Lisboa, - a primeira do arranque oficial da campanha - Marisa Matias foi questionada sobre a troca de acusações entre partidos nos últimos dias, concretamente em resposta ao secretário-geral do PS, António Costa, que criticou os "candidatos engraçadinhos" da direita.

"Acho que nós devíamos estar a discutir política. Por muito que não seja tão engraçadinho discutir política como fazer essas trocas de mensagens e essas acusações pessoais, não é através de ataques pessoais que nós vamos conseguir esclarecer seja o que for, prestar contas em relação seja a que for", condenou.

Na perspetiva da eurodeputada recandidata do BE, é preciso que nesta campanha se concentre a "discussão daquilo que são as propostas" porque só "assim as pessoas percebem, verdadeiramente, qual é a diferença entre as diferentes propostas que estão a eleições".

"De outra forma estamos a ver quem é que diz a melhor piada? Quem é que ataca melhor a outra pessoa. Isso não acrescenta nada. Isso só acrescenta uma coisa: abstenção", criticou.

Questionada sobre se teme que estas eleições sejam uma espécie de primeira volta das legislativas de outubro, Marisa Matias admitiu que "é inevitável que haja uma relação entre as eleições até porque as políticas europeias estão relacionadas com as políticas nacionais e as pessoas tendem a manifestar-se em relação aquilo que lhes está mais próximo".

"Nós não conseguimos dissociar uma coisa da outra, mas eu gostava muito que nós pudéssemos falar do trabalho que foi feito, sermos avaliados por esse trabalho, das propostas que temos, da inter-relação que tem. Compreendo que, de forma quase inevitável, as pessoas acabem por misturar as duas eleições e, na verdade, é porque as políticas também estão muito relacionadas umas com as outras", justificou.

A perceção que estas eleições europeias "já são uma espécie de antecipação do que vai acontecer em outubro" existe.

"Não vale a pena fingir que não sabemos que assim vai ser", assumiu.

No domingo, no distrito da Guarda, a presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, atacou hoje Pedro Marques, a "má cara do candidato do PS" às europeias e do "desinvestimento, da má execução dos fundos", em resposta a António Costa que criticou os "candidatos engraçadinhos" da direita.

A líder centrista elogiou os atributos do candidato centrista, por entre sorrisos da assistência, e afirmou que o CDS "tem uma cara engraçada", tentando contrapor a diferença com os candidatos socialistas: "[Nuno Melo] é a cara da voz de Portugal na Europa e dos interesses portugueses na Europa".