Deputados visitaram militares na República Centro-Africana
Uma delegação da Comissão parlamentar de Defesa esteve esta sexta-feira com os militares portugueses destacados na República Centro-Africana (RCA), ao serviço da ONU e da UE, soube o DN.
A comitiva de cinco deputados, que já deixou Bangui em direção a São Tomé e Príncipe, também esteve reunida com o presidente da RCA, Faustin-Archange Touadera - que no final de março recebeu o seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa.
A delegação foi liderada pelo seu presidente, Marco António Costa (PSD), e incluía mais quatro deputados: o social-democrata Pedro Roque, Miranda Calha e João Soares (PS), João Rebelo (CDS). Os grupos parlamentares do BE e do PCP optaram por não participar na visita, embora tenham dado o seu apoio à iniciativa, explicou uma das fontes daquela comissão.
Esta missão foi aprovada poucos meses após o governo da geringonça estar em funções e num contexto político em que Portugal procurava eleger António Guterres como secretário-geral da ONU. No ínico de 2017, pouco antes da partida do primeiro contingente, PSD e CDS alertaram para os riscos dessa missão, que se revelavam superiores aos que o ministro da Defesa, Azeredo Lopes, tinha dito existirem.
Os deputados estiveram a inteirar-se das condições de segurança em que operam os capacetes azuis portugueses ao serviço da Missão Multidimensional Integrada das Nações Unidas para a Estabilização da RCA (MINUSCA), em toda a RCA e como Força de Reação Rápida (FRR) do comandante operacional da ONU.
A Comissão de Defesa foi ainda recebida pelo contingente que comanda a Missão de Treino da UE na RCA (EUTM RCA), liderada pelo brigadeiro-general Hermínio Maio.
O terceiro contingente militar na MINUSCA tem 159 efetivos, na sua maioria paraquedistas e completada com militares da estrutura de apoio logístico do Exército, além de quatro controladores aéreos táticos da Força Aérea.
Os capacetes azuis portugueses, enquanto FRR da ONU, atuam em todo o território da RCA contra grupos armados e para proteger e garantir a segurança das populações. O país está dividido em quatro áreas operacionais: Bangui e os setores Oeste, Central e Leste.
No caso da EUCM RCA, o comando português com quatro dezenas de efetivos tem um mandato de um ano e é responsável pelo aconselhamento aos responsáveis políticos e militares da RCA. A par disso, desenvolve o treino e formação das Forças Armadas Centro-Africanas (FACA), bem como os respetivos documentos enquadradores.
Os militares portugueses estão na RCA desde 2017, substituindo unidades militares francesas que Paris retirou para reforçar o seu combate aos terroristas do Estado Islâmico.
Recorde-se que esse regresso de Lisboa às missões humanitárias e de paz da ONU implicou a saída temporária das operações da NATO (leia-se Kosovo), dando força às críticas do PSD e do CDS de que o Governo PS estava refém das posições do BE e do PCP.