Costa: "Temos de atacar o problema na origem: manter o emprego. É aí que temos de concentrar todo o nosso esforço"

No segundo <em>round </em>do Conselho de Ministros para responder ao estado de emergência foram aprovadas as medidas para a "urgência económica". Linhas de crédito às empresas, incluindo comércio, mas condicionadas à manutenção do emprego. Um "pacote" para três meses de pandemia.
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O primeiro-ministro a falar do Palácio da Ajuda, após longas horas do Conselho de Ministros, apontou junho como o horizonte temporal para conter a pandemia da covid-19 e a "emergência económica" que a "emergência sanitária" vai produzir com efeitos muito pesados. As prioridades nas medidas aprovas é a de manter o emprego, o rendimento das famílias e das empresas. "Será um trimestre muito duro para todos", admitiu.

António Costa anunciou a criação de linhas de crédito para as empresas sobreviverem, que vão também abranger o comércio, mas condicionadas à manutenção de todos os postos de trabalho. Ainda sem se conhecer este segundo decreto, o líder do governo admitiu que poderá haver alguma quebra de rendimento dos trabalhadores em empresas que vão ter um forte impacto financeiro produzido pela paralisação de atividade. E são muitas como determina o decreto promulgado pelo Presidente da República sobre a circulação dos cidadãos e a atividade das empresas durante a vigência do estado de emergência.

Ainda para assegurar a liquidez das empresas, o governo avança com o adiamento para o segundo semestre do pagamento de dois terços das contribuições sociais e do IVA, IRS e IRC.

Já para as famílias foi decidida a suspensão do prazo de caducidade dos arrendamentos que viessem a caducar nos próximos três meses e o prolongamento pelo mesmo período dos subsídios de desemprego, complemento solidário para idosos e rendimento social de inserção que estivessem para acabar. Tal como ficam suspensos os despejos.

António costa frisou que seria "irrealista" estar a apresentar um programa de relançamento da economia. Até porque "ninguém tem a ilusão que seja possível ter um encerramento tão vasto de atividades e uma atitude de recolhimento e que isso não terá consequências pesadas e custos na nossa economia".

O primeiro-ministro lembrou que "é um período absolutamente extraordinário" e que o país estava a crescer a nível económico, a gerar emprego e a convergir com a União Europeia. "A crise tem base num vírus, com impacto extraordinário. Não podemos aceitar que isso se torne irreversível", disse. ​

​​​​​Em junho, assegurou,"temos de relançar a nossa economia", mas para isso as empresas têm de ter liquidez e que as famílias tenham rendimentos. "Não podemos assegurar 100% de rendimento nem 100% de liquidez", disse.

"Não podemos dizer, fiquem em casa, fechem as lojas, sem que isso não tenha um custo económico", disse. Temos de ser sérios, ninguém sabe se daqui a 15 dias não estaremos a renovar. Serão três meses muitos duros".

E reiterou: "Temos de atacar o problema na origem: manter o emprego. É aí que temos de concentrar todo o nosso esforço". Lembrou ainda que mais apoios sociais estão a ser preparados e discutidos na Assembleia da República, quando questionado sobre medidas de apoio às famílias para os gastos com água, luz e gás durante o confinamento social.

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