Câmaras do PCP adjudicam dois milhões a empresas de militantes
Vinte e três autarquias e seis outras entidades públicas lideradas pela CDU adjudicaram, desde 2009, contratos de mais de 2 milhões de euros a cinco empresas geridas por militantes do PCP, segundo uma investigação do Observador. Sendo que a maioria destes contratos são ajuste direto e são relativos a vários serviços, como mediação de seguros e assessoria de comunicação.
Segundo o mesmo jornal, a contratação pública com entidades ligadas ao PCP começou em 2009, mas concentra-se sobretudo nestes últimos dois mandatos autárquicos: 36 dos 40 contratos com autarquias comunistas no site Base.gov foram entre 2013 e dezembro de 2018. Também houve contratos por consulta prévia e concurso público, mas foram minoritários. O modelo preferido foram as adjudicações diretas, que foram desde os zero euros até contratos que ficam a um euro do limite permitido por lei para um ajuste direto para aquisição de serviços.
O Observador questionou também a câmara de Loures sobre o caso revelado pela TVI, em que a autarquia. Liderada pelo antigo líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, tinha adjudicado contratos de 150 mil euros aos genro do secretário-geral do partido, Jerónimo de Sousa. Esta notícia deu origem ao protesto dos comunistas e a câmara garantia que o contrato só tinha sido celebrado após "consulta prévia a três empresas" e que foi adjudicado à que apresentou a proposta de preço mais basta.
Mas ao jornal online, a autarquia admite que, dos seis contratos que assinou com o genro de Jerónimo de Sousa, houve dois em que não foi ouvida qualquer entidade.