Bombardeiro furtivo B-2 dos EUA reabastece na base das Lajes
Aeronave vai participar num exercício de interoperabilidade com os aliados europeus face à crescente ameaça militar da Rússia
Um bombardeiro furtivo B-2 Spirit da Força Aérea norte-americana escalou segunda-feira a base aérea das Lajes, nos Açores, no âmbito de uma missão de interoperabilidade entre aliados.
De acordo com o major Ross Jones, coordenador da operação e piloto desse tipo de aeronaves, a missão envolveu a deslocação de dois B-2 para a realização de exercícios de interoperabilidade com os aliados europeus dos EUA.

Aterragem do B-2 na base aérea das Lajes
© ANTÓNIO ARAÚJO/LUSA
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"A nossa missão é assegurar aos nossos aliados que temos os meios e a vontade para protegê-los e para dissuadir os nossos adversários de agressões a nível internacional", precisou Ross Jones.
A aeronave partiu da base aérea de Whiteman, no Missouri, com destino à base aérea britânica de Fairforth, mas parou na ilha açoriana da Terceira - onde Washington mantém uma presença militar - para um abastecimento 'hot pit' (com os motores ligados) que demorou cerca de duas horas.
Há vários anos que a base aérea das Lajes - onde os americanos reduziram significativamente a sua presença militar - não assistia à aterragem de um bombardeiro B-2.
Os B-2 são bombardeiros com capacidade para transportar munições convencionais e nucleares.
Os exercícios combinados dos EUA com aliados da NATO ocorrem num período de crescente ameaça militar da Rússia à Europa e de fortes dentro da Aliança devido às posições da Administração Trump.

Bombardeiro B-2 em aproximação à base aérea das Lajes, na ilha Terceira
© ANTÓNIO ARAÚJO/LUSA
Este exercício ocorre também numa altura em que acaba de rebentar um escândalo em torno das escalas feitas por aeronaves de transporte da Força Aérea dos EUA, nomedamente C-17 em trânsito para a Europa e o Médio Oriente, num aeroporto da Escócia situado nas proximidades de um hotel pertencente a Donald Trump (onde os militares também ficaram instalados).
Essas escalas passaram a ocorrer após a eleição de Donald Trump e permitiram que tanto o aeroporto de Prestwick como o hotel Trump Turnberry deixassem de ter prejuízos de milhões, passando a ter lucros em 2018.