"Somos o pior de todos os partidos com exceção de todos os outros"

Francisco Assis confirmou "aquilo que já não é nenhuma novidade": "Não vou ser candidato" às europeias. E avisou que está disponível apoiar o PS nas próximas eleições e nas legislativas. "Este é o momento para convergir."
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Francisco Assis confirmou este sábado "aquilo que já não é nenhuma novidade": "Não vou ser candidato" às eleições europeias, disse aquele que foi o cabeça-de-lista do PS em 2014 ao Parlamento Europeu. Mas, avisou já, está disponível para dar o seu apoio ao partido nas próximas eleições de 26 de maio e também nas legislativas. "Este é o momento para convergir", atirou.

"Há momentos para divergirmos", explicou - e Assis disse que nunca calou as suas críticas. "O vosso caminho não é o meu, o que estão a fazer não é o que faria", lembrou, "mas este não é o momento para isso, é para convergir".

Citando o poeta Alexandre O'Neill, "e não é uma crítica", disse o eurodeputado, "ele não merece, mas voto PS". E, insistiu, parafraseando o antigo primeiro-ministro inglês Winston Churchill, "somos o pior de todos os partidos com exceção de todos os outros".

Num discurso marcado por uma forte convicção europeísta, na Convenção socialista para as Europeias, Francisco Assis reconheceu que errou quando temeu que o PS perdesse os seus pergaminhos de partido europeu por se entender com partidos eurocéticos, como o PCP e o BE, na Assembleia da República. "Felizmente, isso não aconteceu." Foram comunistas e bloquistas que acompanharam orçamentos que respeitam as regras europeias, exemplificou.

Nesse momento, Assis deu a novidade que já não o é: "Não vou ser candidato", lembrando que há cinco anos foi convidado pelo então secretário-geral socialista, António José Seguro ("honrou-me com esse convite"), para ser o cabeça-de-lista do PS. Dessa lista de deputados, disse, "uns vão continuar, outros não, como é próprio da vida".

O atual eurodeputado explicou que António Costa teve com ele "uma conversa séria e civilizada". E, notou, "não estar incluído numa lista não exclui o dever de contribuir para a vitória", deixando uma profissão de fé. "Estive sempre na política por ideias e projetos, nunca o fiz, nunca o farei por lugares." O exemplo mais à mão para Assis estava à sua frente. "A esmagadora maioria dos que aqui estão nunca estiveram em lista nenhuma, mas nunca deixaram de estar presente nas lutas do PS", disse.

No início da sua intervenção, Assis já se tinha colocado de fora também da Assembleia da República. Ao saudar Ferro Rodrigues, presidente do Parlamento, o eurodeputado recordou "essa instituição" a que estará "sempre ligado" - e logo tratou de avisar: "Embora não tenha intenção de lá voltar."

No final do discurso, Costa e Assis deram um forte abraço.

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