A semana correu-lhe mal, Assunção Cristas? "Ai, certamente."

A líder do CDS-PP assume que a semana lhe correu mal mas defende que se tratou tudo de um "problema de comunicação" e não de substância. Promete rever as carreiras dos professores e só nesse quadro discutir o descongelamento.
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A presidente do CDS, Assunção Cristas, assumiu esta segunda-feira de manhã que a semana passada correu-lhe mal. "Ai, certamente", admitiu em entrevista à Rádio Renascença.

Questionada pelo jornalista sobre uma semana em que o candidato centrista às europeias, Nuno Melo, defendeu que o partido espanhol Vox não era de extrema-direita, em que militantes do CDS em Lisboa defenderam a pintura de passadeiras arco-íris e, por fim, em que deputados centristas acordaram com PSD, BE, PCP e PEV a contagem integral do tempo dos professores, Assunção Cristas resumiu a semana horribilis a um problema de comunicação.

"Há muito trabalho a fazer para aprender a comunicar", disse. Para logo contra-atacar: "Só tenho uma ponta de inveja do Partido Socialista, porque, de facto, tem uma máquina de propaganda e de comunicação imensa. [Os socialistas] conseguem transformar uma mentira e absoluta mentira numa verdade de que toda a gente acaba por ficar convencida."

Para Cristas, na questão dos professores, não houve recuo. "A nossa posição foi sempre a mesma, nunca mudou no último ano e meio. Nós sempre dissemos isso aos professores", isto é, sem a salvaguarda financeira, o CDS votará "contra a lei que permite a recuperação total do tempo de serviço dos professores".

Essa salvaguarda, justificou-se, "ficou clara na votação, não ficou clara no nosso discurso". E a aplicação da salvaguarda de crescimento económico joga-se "a cada ano orçamental". Neste ponto, Assunção Cristas defendeu que, para se garantir crescimento económico, "é preciso uma baixa de impostos". "O nosso programa eleitoral vai pôr todo o foco aí."

Apesar da fotografia que junta deputados do PSD, BE, CDS e PCP, Cristas é taxativa: "Nunca estivemos ao lado das esquerdas, isto é muito importante, nós nunca estivemos ao lado das esquerdas em reposições sem calendário e sem compromissos claros."

A líder do CDS admitiu apenas um "consenso" com as esquerdas "em relação ao princípio de igualdade" dos professores com a restante função pública. Mas, insistiu num certeza, que não estava expressa no resultado das votações de quinta-feira: "Sem salvaguarda nada feito", atirou. "Nunca houve, nem haverá um calendário definitivo", para a reposição dos "nove anos, quatro meses e dois dias" que os professores reivindicam.

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