Tem 28 anos, vai liderar a lista do PSD pelo Porto e diz ser "urgente misturar gerações"

Foi apanhado de "surpresa" por Rui Rio. Mas vai encabeçar a lista de candidatos do PSD pelo Porto às legislativas "muito orgulhoso". Hugo Carvalho, 28 anos, garante que "é um sinal muito positivo" o líder do partido ter apostado em jovens nestas eleições.
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"Falta muito o acesso da minha geração à política", diz Hugo Carvalho, que vai abandonar de "imediato" o cargo de presidente do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) para se dedicar ao combate eleitoral. Insiste na ideia de que "Portugal tem de ser um país onde as gerações se cruzam", ao contrário do que tem acontecido. "Uma geração sucede à outra, mas é preciso que estejam ao mesmo tempo para que se dê a evolução".

Hugo Carvalho, que viveu e estudou no Porto, embora tenha nascido em Viseu, entende que se mais gerações estivessem representadas no Parlamento as decisões tomadas podiam ser mais rápidas e melhores. E dá o exemplo de toda a discussão em torno da UBER, a plataforma de transporte privado urbano, versus os táxis. "Para nós, minha geração a questão nem se colocava dessa forma, não se tratavam os táxis e os poderes instalados como uma realidade intocável".

É esse espírito, feito também de experiência no CNJ, que quer transportar para este novo desafio. "Foi uma surpresa muito positiva o convite do dr. Rui Rio para encabeçar a lista. Foi um ato de coragem, que representa muito para mim", afirma o jovem candidato. Sublinha a importância do "sinal" que o líder social-democrata deu internamente e externamente ao querer "renovar" as listas de candidatos.

A aposta em caras novas e tão jovens é um risco? Hugo Carvalho, que colaborou como DN com vários artigos de opinião, rejeita a ideia. "O risco para Rui Rio era ir para as eleições legislativas com a receita do costume, não mudar". E insiste: "O que tenho visto é a abstenção ter valores muito altos, as pessoas a afastarem-se da política porque não estão contentes com a receita do costume". Defende, por isso, como Rio, outro modo de fazer campanha eleitoral.

Este mestre em Engenharia Eletrotécnica e Computadores, que é diretor de operações numa consultora alemã ligada à tecnologia, quer trazer para a discussão no Parlamento "os problemas que interessam muita gente e não os que interessam a muito pouca gente". Como é óbvio, os temas que interessam à sua geração são prioritários, mas na verdade "muitos são transversais à população": o acesso à profissão, à carreira, à habitação à saúde, entre outros.

Mas sobretudo, diz Hugo Carvalho "dar ao sistema político a credibilidade para que as pessoas confiem". Porque acredita que essa mudança se faz de "atitudes" como as de Rui Rio ao apostar em caras novas e jovens para as suas listas de candidatos às eleições de 26 de outubro. "Rui Rio teve a grande coragem e perceção que o sistema se precisava de renovar e trazer novos rostos para a política".

É assim Hugo vai "emprestar a visão" da sua geração, muito ligada à tecnologia e à mobilidade. "Olhar sobretudo para o futuro com ânimo, que é a melhor forma de conseguir transformar as coisas", garante. Enquanto líder do CNJ tinha "escritório na A1", de tantas andanças pelo país. Agora vai assentar mais no Porto onde terá de convencer o eleitorado social-democrata que a aposta de Rio é a certa, sobretudo no Porto, um dos maiores círculos eleitorais, onde o partido elegeu 14 deputados nas legislativas de 2015.

Os seis cabeças de lista às eleições legislativas incluem ainda Filipa Roseta, vereadora da câmara de Cascais, por Lisboa, a deputada e líder da JSD Margarida Balseiro Lopes por Leiria, a investigadora universitária Ana Miguel Santos (que tinha sido candidata a eurodeputado no 8.º lugar na lista do PSD) por Aveiro, o vogal da Comissão Política Nacional e vereador em Guimarães André Coelho Lima por Braga e a advogada Mónica Quintela, porta-voz para a Justiça do Conselho Estratégico Nacional (CEN), por Coimbra.

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