Poder
15 novembro 2020 às 16h17

BE/Açores lamenta "amplo e profundo acordo" entre direita e o Chega

O Bloco de Esquerda (BE) dos Açores lamentou este domingo o que diz ser um "amplo e profundo acordo parlamentar" firmado entre PSD, CDS e PPM com o Chega, "um partido que não respeita os direitos humanos nem a democracia".

Lusa

"PSD, CDS e PPM derrubaram juntos a barreira que separa partidos respeitadores dos direitos humanos e da democracia ao assinar um amplo e profundo acordo parlamentar com um partido racista e xenófobo, acordo este que garante à coligação o voto favorável do Chega em todas as iniciativas relevantes para a manutenção do governo", considera o BE na região, liderado por António Lima.

Para o Bloco, outro dos acordos firmados para a viabilização do próximo Governo Regional, o que junta PSD e Iniciativa Liberal (IL), integra uma "insanável contradição que tem de ser explicada pelos intervenientes" e também pelo representante da República.

"O acordo agora divulgado não corresponde ao que foi afirmado pelo sr. representante da República pois as garantias que afirmou existirem, e que foram utilizadas como argumento para a indigitação do presidente do PSD/Açores como presidente do Governo Regional não existem no acordo PSD-IL agora divulgado.

Citaçãocitacao"PSD, CDS e PPM derrubaram juntos a barreira que separa partidos respeitadores dos direitos humanos e da democracia ao assinar um amplo e profundo acordo parlamentar com um partido racista e xenófobo, acordo este que garante à coligação o voto favorável do Chega em todas as iniciativas relevantes para a manutenção do governo"

Os bloquistas sinalizam que no acordo entre PSD e IL não está expressa a "garantia" dos liberais de apoio à solução de governo em matérias como aprovação de orçamentos ou moções de confiança, por exemplo.

O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, foi indigitado recentemente presidente do Governo Regional pelo representante da República para os Açores, Pedro Catarino.

O PS venceu as eleições legislativas regionais, mas perdeu a maioria absoluta, que detinha há 20 anos, alcançando 25 dos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional.

PSD, CDS-PP e PPM, que juntos representam 26 deputados, anunciaram um acordo de governação, tendo alcançado acordos de incidência parlamentar com o Chega e o Iniciativa Liberal (IL).

Com o apoio dos dois deputados do Chega e do deputado único do IL, a coligação de direita soma 29 deputados na Assembleia Legislativa dos Açores, um número suficiente para atingir a maioria absoluta.