Salman Khan. O 'bad boy' de Bollywood continua a fintar a justiça

Depois de ter sido condenado a cinco anos de prisão por atropelamento e fuga, o ator interpôs recurso. Agora, foi absolvido.
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Um SUV atropelou um grupo de sem-abrigo, nos subúrbios de Bombaim, Índia, em 2002. Um deles morreu, quatro ficaram feridos. Ao volante, suspeitou-se que iria Salman Khan. O ator de Bollywood foi acusado de conduzir sob o efeito de álcool e de ter abandonado o local sem prestar auxílio às vítimas. Em maio deste ano, a justiça considerou Khan, de 49 anos, culpado por homicídio, condenando-o a cinco anos de prisão. Ele recorreu da decisão. E valeu a pena fazê-lo.

"O recurso é admitido e a decisão em primeira instância fica anulada. Salman Khan é absolvido de todas as acusações", anunciou, esta semana, o juiz Anil Ramchandra Joshi, do Alto Tribunal de Bombaim. "Tendo em consideração as várias fraquezas da acusação, as várias limitações, como a não-verificação das testemunhas necessárias e apropriadas, as omissões e as contradições nos testemunhos dos feridos, emergiu a dúvida do envolvimento do recorrente nos crimes de que é acusado", acrescentou ainda o magistrado.

Entretanto, Khan já reagiu à absolvição, através das redes sociais. "Aceito a decisão da justiça com humildade. Agradeço à minha família, amigos e fãs pelo seu apoio e orações", escreveu, na passada quinta-feira, na sua página do Twitter. O apoio dos fãs a que ele se refere atingiu, de facto, níveis monumentais. É que assim que o tribunal apresentou a derradeira decisão, centenas de pessoas (algumas oriundas de cidades distantes) reuniram-se à porta da casa do ator, erguendo cartazes com o seu rosto e aplaudindo efusivamente.

É de destacar que o anterior veredito, que o culpabilizava, foi feito por um tribunal menor do país asiático. Essa decisão teve por base vários testemunhos, incluindo dos feridos, que afirmaram que Khan conduzia o seu SUV a alta velocidade, quando se deu o atropelamento. A principal testemunha, sabe-se ainda, foi o seu guarda-costas, Ravindra Patil (que morreu em 2007 vítima de tuberculose), cujo discurso foi considerado pelo tribunal como pouco fiável e composto por "anomalias". Desde que o processo foi instaurado, em 2002, Salman Khan sempre negou ter estado ao volante, admitindo apenas que abandonou o local do acidente.

Outras polémicas

Ao longo dos anos, também a vida privada de Salman Khan tem feito correr tinta. Em particular o romance que manteve com a atriz indiana Aishwarya Rai. Esta alegou, em março de 2002, após o fim da relação, que ele a perseguia e assediava. À imprensa, Rai confessou ainda que, quando eram namorados, Khan chegou a bater-lhe, alegações que nunca chegaram a ser confirmadas pelas autoridades.

Em 2006, mais uma história veio a público. A estrela da indústria cinematográfica indiana foi condenada a um ano de prisão por ter abatido a tiro uma espécie de antílope em vias de extinção. Acabou por sair, após o pagamento de fiança. O caso arrastou-se até 2014, altura em que as acusações foram desvalorizadas. Em 2010, nova polémica. Khan disse, durante uma entrevista a um canal paquistanês, que os ataques terroristas de 26 de novembro de 2008, em Bombaim, apenas receberam atenção porque os alvos eram "membros da elite". Comentário esse que o tornou alvo de críticas naquele país que, recorde-se, faz fronteira com a Índia.

27 de dezembro, Salman celebra 50 anos. A ocasião será marcada com o lançamento de um teaser do seu novo filme de ação, Sultan, e com a publicação da sua biografia, Being Salman, escrita pelo jornalista indiano Jasim Khan.

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