Problemas logísticos da Pfizer não afetam Portugal, mas vacina só chega à Madeira no dia 31

BioNtech exigiu controlar todos os aspetos relacionados com o procedimento de transporte, apesar de o Governo Regional da Madeira ter disponibilizado meios para acelerar o processo. Ao continente chegaram mais 70200 doses.
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Portugal não será afetado pelo problema logístico que levou a que houvesse um atraso na chegada do primeiro lote de vacinas a vários países europeus, entre os quais Espanha, que vai apenas receber os imunizantes esta terça-feira, um dia depois do que era esperado.

A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta segunda-feira, à margem de uma visita ao Hospital Curry Cabral, que Portugal não foi atingido "por esse transtorno" e que recebeu esta segunda-feira as 70 mil e 200 vacinas que estavam previstas e que, além dos hospitais, vão começar a chegar a unidades de cuidados primários. Novas entregas devem acontecer todas as semanas de janeiro.

"O que tínhamos previsto desde o início é que haveria entregas no dia 28, que ainda não terminou, e sabemos que este é um processo complexo do ponto de vista logístico", afirmou a governante, aludindo ao atraso da segunda entrega já reportado em Espanha.

Marta Temido explicou que esta entrega "já se materializou em parte para o aeroporto do Porto" e que será também distribuída "para a continuação deste processo de vacinação em mais hospitais do Serviço Nacional de Saúde e também já nas primeiras unidades de cuidados de saúde primários" do país.

"Aguardamos ainda o transporte - que se prevê que seja direto - para o arquipélago dos Açores e para o arquipélago da Madeira", acrescentou a ministra, que indicou que Portugal estima receber "79.950 entregas em cada uma das quatro semanas de janeiro" e que tem a convicção de que o país vai "conseguir superar essas circunstâncias que hoje afetaram alguns países".

Ainda assim, as 9750 doses da vacina produzida pela Pfizer e a BioNtech destinadas à Região Autónoma da Madeira só vão chegar ao arquipélago na madrugada de dia 31 de dezembro, quinta-feira, avança o JM-Madeira.

Embora a previsão do Estado e do Governo Regional apontasse para o início desta semana o prazo de entrega das vacinas reservadas para a região nesta fase da fase inicial da vacinação em Portugal, verificou-se um atraso.

Em causa, avança o jornal, está a exigência da empresa de biotecnologia alemã BioNtech em controlar todos os aspetos relacionados com o procedimento de transporte, uma vez que o Governo Regional terá disponibilizado meios para acelerar o processo de entrega dos primeiros lotes da vacina.

O Governo da Madeira não tem ainda uma data exata para receber o primeiro lote de vacinas, disse esta segunda-feira o presidente do executivo, estimando, no entanto, que a chegada possa ocorrer quarta ou quinta-feira.

"Não sei quando chegam. As vacinas estavam previstas chegar hoje [segunda-feira], mas o técnico da Pfizer já está cá a dar instruções e neste momento a Pfizer é que dirá quando vêm. Estamos à espera dessa informação", disse à comunicação social Miguel Albuquerque, à margem de uma visita ao Serviço Regional de Proteção Civil.

O governante salientou ser provável que as vacinas cheguem à Madeira a 30 ou 31 de dezembro.

"Nós temos seis horas para o descongelamento das vacinas e começar a administrá-las. Só estamos a aguardar informação da Pfizer", acrescentou.

Questionada sobre o DN acerca da data exata para a chegada da vacina à Madeira, fonte da Pfizer disse que "essas questões são confidenciais".

Já aos Açores o primeiro lote de vacinas vai chegar até esta terça-feira. "O fornecedor já informou que a entrega será em 28 ou 29 do corrente mês, faltando apenas que nos diga qual o voo em que o lote de vacinas será transportado", indicou o secretário regional da Saúde, Clélio Meneses, citado pelo Açoriano Oriental.

A Pfizer Espanha informou esta segunda-feira que "esta noite foi informada pela sua fábrica em Puurs (Bélgica) do atraso dos envios para oito países europeus, incluindo Espanha, devido a um problema no processo de carregamento e expedição".

A União Europeia comprou à Pfizer/BioNTech um total de 200 milhões de doses.

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