Taxa de ocupação dos hospitais entre 70 e 80%. Há 344 surtos ativos
Elevada percentagem não preocupa as autoridades de saúde, que não têm previsto um número para hospitais de retaguarda
"A taxa de ocupação dos hospitais encontra-se entre os 70 e 80%", revelou esta sexta-feira Diogo Serra Lopes, secretário de Estado da Saúde, sublinhado que "ainda há folga no caso do crescimento de casos de covid-19".
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Ainda assim, essa percentagem não preocupa as autoridades de saúde, que garantem poder ampliar o lote de camas disponíveis. Tanto assim é que não existe um número previsto de hospitais de retaguarda. "Estes hospitais são a última linha de atuação, sabemos que há um para Lisboa e outro para o Porto, mas são estruturas que só serão colocadas a funcionar em casos extremos", explicou Graça Freitas, na habitual conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal.
"Obviamente o plano outono/inverno tem um plano de contingência pensado para uma situação mais drástica, e tanto como sabemos, pelo INEM, não são estruturas complicadas de montar", aditou a diretora geral de saúde.
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Relativamente a ventiladores, existem 1855 em Portugal. "Das compras realizadas devido à pandemia, 966 desses equipamentos já foram entregues e estão em território português. Desses, 713 já estão nas unidades hospitalares", avançou o secretário de Estado da Saúde. "Os que ainda não foram colocados nos hospitais estão a ser testados", acrescentou o responsável.
Durante a conferência de imprensa foi referido que a linha SNS 24 registou um novo pico de procura no final de setembro, semelhantes aos que se verificaram em março. "Até ao inicio da pandemia o SNS24 atendia uma média de 200 mil chamadas este ano, com a covid-19 ultrapassou-se a barreira das 300 mil chamadas por mês, sobretudo no mês de março", indicou Luís Goes Pinheiro, presidente dos serviços partilhados do Ministério da Saúde.
Tal como aconteceu em março quando surgiram os primeiros casos de covid-19 em Portugal, na última semana de agosto e setembro aumentaram o numero de chamadas. No final de setembro verificou-se um novo pico de procura do SNS24, mas agora com uma melhoria no que concerne aos tempos de espera: "Os tempos médios de espera têm-se mantido estável, ao contrário do que aconteceu em março."
Ainda assim, a linha de apoio vai voltar a ser alvo de investimento, com a criação de novos call centers na Covilhã e o reforço dos outros centros já existentes. "Vão ser criados mais dois call centers no Algarve, outro na Covilhã e ainda outro em Vila Nova de Gaia para ajudar na capacidade de resposta do SNS24", indicou Luís Goes Pinheiro.
Em relação a surtos, existem 344 ativos em Portugal continental: "125 na região norte, 35 centro, 142 em Lisboa e Vale do Tejo, 20 no Alentejo e 22 no Algarve", explicou a diretora geral da saúde, Graça Freitas.
"Idosos não devem ficar trancados em casa"
Graça Freitas revelou que a "percentagem de infeções de pessoas com mais de 70 anos é de 15%, o que é um ligeiro aumento", ainda assim um padrão confortável para as autoridades de saúde.
"Os idosos não devem ficar trancados em casa, têm sim que usar máscara e ter pouco contacto social", advertiu a diretora geral da saúde.
Ainda sobre os idosos, a responsável garantiu que haverá vacinas para a gripe para os "grupos de maiores de 65 que estão em casa partir da segunda semana deste mês", depois de serem vacinados utentes e funcionários de lares, profissionais de saúde e grávidas.