Elementos da PSP e da GNR vão organizar ações de protesto mensalmente até que o Governo responda às suas reivindicações, começando a 21 de janeiro, com concentrações em simultâneo em Lisboa, Faro e Braga. Esta quinta-feira o Ministério da Administração Interna (MAI) garantiu que o plano plurianual de admissões da PSP e GNR vai contar com contributos dos sindicatos e associações destas duas forças de segurança..Estas ações de protesto foram decididas hoje num encontro de polícias na Voz do Operário, em Lisboa, organizado por sete sindicatos da PSP e pela Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR)..No final do encontro, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues, avançou aos jornalistas que a 21 de janeiro os elementos da PSP e da GNR vão realizar protestos na 'Final Four' da Taça da Liga em futebol, em Braga, e concentrações em frente do Ministério das Finanças, em Lisboa, e num local ainda a designar em Faro..Estes protestos decorrem em simultâneo, adiantou ainda Paulo Rodrigues..Sobre o protesto na 'Final Four' da Taça da Liga em futebol, em Braga, o sindicalista escusou-se em adiantar em concreto qual o tipo de ação, referindo apenas que vai "refletir bem o descontentamento" e será uma "concentração que poderá ter vários enquadramentos para demonstrar que os policias estão insatisfeitos"..Entre as reivindicações da classe policial e militar da GNR estão o pagamento do subsídio de risco, a atualização salarial e dos suplementos remuneratórios, o aumento do efetivo e mais e melhor equipamento de proteção pessoal..Paulo Rodrigues precisou que são promessas que já "começaram na legislatura anterior".."O Governo sabe muito bem quais são os problemas que estão em cima da mesa e que estão a comprometer a questão socioprofissional, mas também a própria missão" da polícia, frisou, adiantando que os cerca de 100 elementos da PSP e da GNR presentes no encontro decidiram que todos os meses vão realizar ações de protesto..Paulo Rodrigues sublinhou que foram várias as propostas que estiveram em cima, desde a entrega das armas à greve de zelo.."Os policias hoje demonstraram que estão disponíveis a tudo, e é a primeira vez que nós sentimos isso", disse, salientando que as ações de protesto vão durar os meses que forem necessário, nomeadamente "até que o Governo entenda que é preciso resolver um conjunto de problemas"..O presidente da ASPP/PSP frisou também que ficou bem expresso no encontro que os polícias e os militares da GNR "chegaram ao limite da sua revolta".."Percebemos que o Governo continua a insistir em não resolver os problemas, em protelá-los e a prova disso é a negociação que está a ser feita, que basicamente não se pode chamar negociação, o que está acontecer é um conjunto de matérias do qual somos informados", disse..MAI garante que plano de admissões da PSP e GNR terá contributos dos sindicatos.O Ministério da Administração Interna definiu um calendário específico das matérias objeto de diálogo com os sindicatos e as associações socioprofissionais das forças de segurança, tendo o primeiro ponto das negociações, o pagamento dos retroativos dos suplementos não pagos em período de férias, decorrido sem um acordo..O plano plurianual de admissões da PSP e da GNR foi discutido durante uma reunião, esta quinta-feira, entre o secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, e os sindicatos da Polícia de Segurança Pública e as associações socioprofissionais da Guarda Nacional Republicana.."Para este plano plurianual de admissões, que consta do programa do Governo, o Ministério da Administração Interna fez questão de solicitar contributos aos diferentes sindicatos e associações da PSP e GNR, os quais serão tidos em consideração na definição final do número de admissões nas Forças de Segurança, de forma a assegurar o contínuo rejuvenescimento e a manutenção de elevados graus de prontidão e eficácia operacional dos efetivos da PSP e da GNR", refere o MAI, em comunicado..Estão agendados encontros para 16 de janeiro, que terá como tema os suplementos remuneratórios, para 13 de fevereiro, em que estará em discussão a nova lei de programação das infraestruturas e equipamentos das forças e serviços de segurança, e para 05 de março, que será sobre segurança e saúde no trabalho.