PSP e GNR reforçam vigilância junto a zonas ribeirinhas e praias

As forças de segurança estão a reforçar a vigilância nas zonas onde habitualmente há uma maior concentração de pessoas, para garantir o cumprimento das medidas restritivas no âmbito do estado de emergência que está em vigor em Portugal. Já esta sexta-feira, a PSP vedou o acesso ao passeio junto ao Tejo, entre a Doca de Santo Amaro e o MAAT.
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Com muitos portugueses a começar as férias da Páscoa, as forças de segurança vão reforçar este fim de semana a vigilância e a fiscalização em locais onde habitualmente se concentram muitas pessoas. GNR e PSP vão garantir o cumprimento do Dever Geral de Recolhimento, no âmbito do estado de emergência que está em vigor em Portugal devido à pandemia de covid-19.

A PSP vai ter um forte reforço de meios, com uma presença mais significativa nas zonas onde é habitual juntarem-se mais pessoas ao fim de semana, como zonas ribeirinhas e praias, passadiços à beira-mar, jardins e espaços públicos de lazer, segundo disse ao DN fonte policial desta força de segurança.

Ou seja, zonas de habituais passeios de lazer ou desporto, caso da marginal de Cascais ou docas de Santo Amaro, em Lisboa, a zona da Foz e da Ribeira no Porto, vão estar sob especial vigilância.

Aliás, já esta sexta-feira, a PSP começou a vedar o acesso ao passeio junto ao Tejo, entre a Doca de Santo Amaro e o MAAT - Museu de Arte, Arquitetura e Tecnologia (também ele fechado ao público). "Notámos que havia abusos, como aulas de grupo", disse fonte policial no local ao DN. Nesta zona, nem corridas nem passeios à beira-mar vão ser possíveis nos próximos dias.

Vários agentes indicavam aos cidadãos que o local passará a estar vedado, enquanto outros iam colocando faixas e baias.

Também a partir desta sexta-feira, a Câmara de Lagos decidiu interditar a circulação no passeio da frente ribeirinha da Avenida dos Descobrimentos, nas praias do concelho, frentes de mar e parques de estacionamento, devido à pandemia de covid-19.

Drones a vigiar cerca sanitária em Ovar

Também os militares da GNR vão reforçar a vigilância este fim de semana num país que cumpre medidas restritivas de circulação para travar a propagação do novo coronavírus. Vai haver drones a vigiar a cerca sanitária em Ovar, equipas cinotécnicas (agente acompanhado de cão-polícia) em locais de potencial maior concentração de pessoas e será intensificada a fiscalização de trânsito nas vias de acesso de e para Lisboa e Porto, disse ao DN fonte da GNR que está a acompanhar as operações, alundindo também ao reforço da fiscalização rodoviária ordenada esta sexta-feira às forças de segurança pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

Antes de a PSP vedar o acesso junto ao rio Tejo, na zona das docas de Santo Amaro, esta sexta-feira, uma medida semelhante foi posta em prática na Póvoa de Varzim, no passado fim de semana. A câmara municipal emitiu um comunicado no domingo apontando o "desrespeito" pelo estado de emergência na cidade, depois de se ter registado durante a manhã uma presença significativa de transeuntes na marginal da cidade.

A autarquia avançava então que a marginal da cidade foi fechada ao trânsito, e que a Polícia Municipal, em conjunto com a Proteção Civil, permaneceria na via pública, "para que todos os que andam na rua cumpram as medidas que estão estipuladas, e permaneçam o mínimo de tempo possível expostos".

Reforço na fiscalização rodoviária na Páscoa

E foi exatamente com o objetivo de ver cumpridas as medidas decorrentes do estado de emergência, que o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, ordenou o reforço da fiscalização rodoviária no fim de semana e ao longo do período da Páscoa - A Sexta-feria Santa celebra-se no dia 10 de abril -, sobretudo nas viagens "em direção ao Algarve".

"Serão autorizados a deslocar-se os cidadãos que o façam ao abrigo das exceções previstas no Dever Geral de Recolhimento", no âmbito do estado de emergência em vigor, lê-se no comunicado enviado às redações​​​​​​.

"Uma vez que põem em causa a saúde dos próprios e a saúde dos portugueses, não serão toleradas as chamadas deslocações de fim de semana", refere o documento. Esta é, aliás, umas das conclusões da terceira reunião da Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência, que decorreu esta tarde.

Eduardo Cabrita apela a todos os portugueses para que "permaneçam em casa, limitando as viagens ao estritamente necessário".

O ministro da Administração Interna recorda que o Dever Geral de Recolhimento permite aos cidadãos viagens apenas em algumas situações.

É o caso das deslocações por motivos de saúde, para aquisição de bens e serviços, paraatividades profissionais, para a procura de trabalho.

São também permitidas deslocações para acolhimento de emergência de vítimas de violência doméstica ou tráfico de seres humanos, de crianças e jovens em risco, para assistência de pessoas vulneráveis, para acompanhamento de menores e por outras razões familiares imperativas, designadamente partilha de responsabilidades parentais conforme determinada por acordo entre os titulares das mesmas ou pelo tribunal competente.

A ida a estações e postos de correio, bem como a agências bancárias e agências de corretores de seguros ou seguradoras também estão permitidas. Viagens de curta duração para prática da atividade física ou para passeio de animais de companhia e para alimentação de animais não estão estão interditas. É, no entanto, proibido o exercício de atividade física coletiva.

As deslocações para ações de voluntariado social, as de pessoas portadoras de livre-trânsito emitido nos termos legais, bem como as viagens necessárias ao exercício da liberdade de imprensa são igualmente permitidas.

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