Prisão preventiva para agente da PSP e outros três suspeitos
Os juiz de instrução criminal do Porto determinou a medida de coação mais grave, a prisão preventiva, para os quatro homens detidos pela PSP por suspeita de tráfico de droga.
Um dos detidos, recorde-se, é agente daquela força de segurança e delegado do maior sindicado da PSP, a Associação Sindical de Profissionais de Polícia (ASPP).
"Estes indivíduos foram detidos em flagrante delito, na zona do Montijo, na posse de 249.000 doses de produto estupefaciente (haxixe), que tinham adquirido no sul de Espanha", avançou a PSP esta segunda-feira, esclarecendo que "a investigação decorria há cerca de 16 meses e seguiu todos os passos de uma organização criminosa responsável por introdução, no norte do país, de grandes quantidades daquele tipo de estupefaciente".
No comunicado, a direção nacional da PSP confirmou que "um dos detidos é agente desta PSP, colocado no Comando Metropolitano do Porto".
No âmbito da detenção de domingo, foram realizadas seis buscas domiciliárias e duas não domiciliárias, que resultaram na apreensão de "mais 1.000 doses de estupefaciente, 15.000 euros em dinheiro, quatro viaturas utilizadas pela organização para o desenvolvimento da sua atividade e outros artigos relevantes para o inquérito em curso".
Além dos três detidos, após diligências realizadas na segunda-feira, a PSP deteve mais um elemento do grupo - um homem de 40 anos - e foi ainda constituído arguido um outro homem, de 37 anos.
Fonte ligada à investigação disse à agência Lusa que o agente da PSP prestava serviço na esquadra de Gondomar, distrito do Porto, e aproveitava as folgas sindicais para a realização deste tipo de atividade relacionada como o tráfico de drogas.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, confirmou que o agente da PSP detido é delegado sindical deste sindicato e avançou que "vai ser aberto um processo interno para expulsão deste associado".
Paulo Rodrigues indicou, ainda, que o agente da PSP detido "vai deixar de exercer imediatamente as funções de delegado sindical", uma vez que o regulamento do sindicato não permite que os seus membros sejam suspeitos de crimes graves.
De acordo com a Direção Nacional da PSP, esta operação envolveu 45 polícias e participaram na investigação o Departamento de Investigação Criminal, o Comando Metropolitano do Porto, o Comando Metropolitano de Lisboa, o Comando Distrital de Faro e o Grupo de Operações Especiais, tendo ainda colaborado o Corpo Nacional de Polícia do Reino de Espanha.