Autarca de Borba: "Cá estaremos para assumir as responsabilidades, ou não"
O presidente do município de Borba garante que as responsabilidades do incidente que levou ao desabamento de um troço da estrada que liga Borba a Vila Viçosa, em Évora,s serão "assumidas". Segundo fonte do Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Évora disse ao DN tratou-se de um "abatimento de terras com arrastamento de trabalhadores para dentro de uma pedreira" e que haverá entre quatro a cinco vítimas "submersas", não sendo possível, nesta altura, dar informações sobre o estado das mesmas.
O aluimento de terras para dentro de uma pedreira aconteceu esta tarde, volta das 16:00, na Estrada Nacional 255 entre Vila Viçosa e Borba. A estrada que abateu passa entre duas pedreiras, uma delas desativada, mesmo às portas de Borba.
"Neste momento, a situação está a ser avaliada. Lamentavelmente haverá vítimas mortais, quantas não lhe posso dizer exatamente. A Proteção Civil está na máxima força, e como é de noite temos geradores que arranjamos de imediato. Vamos tentar remover uma máquina, onde aparentemente, espero que não, há uma vítima mortal", disse o edil de Borba, ainda sem explicações para o aluimento: "Isto é uma estrada municipal, de qualquer das maneiras as pedreiras estão licenciadas. As questões de segurança estariam normais. Como caiu é um acidente, é uma calamidade."
Quanto a responsabilidades... "Naturalmente que tudo será avaliado pelas entidades competentes, como é a câmara, e avaliará o que foi bem ou mal feito. Cá estaremos para assumir as responsabilidades, ou não. Mas isso não está em causa neste momento. Agora há que tratar dos vivos, e que os mortos sejam respeitados. Espero que sejam poucos. Já ouvi tanta coisa: quatro, cinco, seis. Até ficamos meio doentes", confessou António Anselmo entre lamentos: "As desculpas nunca se pedem evitam-se. Vamos ver o que aconteceu corretamente ou incorretamente aqui que permitiu esta tragédia muito grande aqui."
O troço entre Borba e Vila Viçosa da Estrada Nacional 255 foi desclassificada em 2005, segundo disse ao DN fonte do ministério do Planeamento e Infraestruturas. Após a construção de uma variante na zona, esta parte da estrada, de pavimento em empedrado, foi passada para a tutela das duas câmaras municipais.
O aluimento ocorreu na zona que está sob administração da Câmara Municipal de Borba. Há quatro anos, a Rádio Campanário noticiava que a estrada 255 corria o risco de ser extinta, por motivos de segurança, "passando a ligação entre as duas localidades a ser feita de forma condicionada". E citava o presidente da Câmara Municipal de Borba, António Anselmo, a reconhecer que o problema se colocara já "há 4 ou 5 meses" e que a Direção Regional de Economia estaria na posse de vários estudos alertando para o risco.
E de acordo com Vera Calado, uma habitante de Borba, que ia a passar no local e foi uma das pessoas que publicou fotos do local, "há mais de seis meses" que era conhecido o mau estado da via: "Esta situação não é de agora. Havia notícias de que a estrada ia ser encerrada por haver já indícios de que podia ruir a qualquer momento. Isso já se sabia há algum tempo, há mais de seis meses. Desde então que deixei de passar nessa estrada."