Menos internados com covid-19. Mais de 3 mil mortes no Norte
Em Portugal há mais 4378 pessoas com covid-19 e morreram 70 devido à doença nas últimas 24 horas, divulgou a Direção-Geral da Saúde (DGS).
A boa notícia é que pelo segundo dia consecutivo o número de pacientes internados diminuiu: são agora 2853 (menos 137 face ao dia anterior), dos quais 505 em unidades de cuidados intensivos (menos 6).
Há mais 4087 pessoas recuperadas da doença, mas o saldo é negativo: há agora 68 690 casos ativos de covid-19, um aumento de 221 em relação à véspera.
Com mais 70 óbitos, atinge-se um total de 6413. O Norte passou a marca de 3 mil mortes (3001), ao registar mais 28. Lisboa e Vale do Tejo (24), Centro (13), Alentejo (4) e Madeira (1) completam a lista.
Registe-se ainda um novo aumento (1935) de contactos sob vigilância, chegando agora aos 88 978.
Depois de dois dias com números animadores quanto a novas transmissões de covid-19 e mortes relacionadas, o boletim epidemiológico da véspera marcou nova e acentuada subida (89 mortes e 4602 casos).
O país chega à véspera de Natal com 109 concelhos do continente em níveis de risco muito elevado e extremo de contágio pelo novo coronavírus, menos seis do que no início do mês.
A nova lista que divide os municípios entre os níveis moderado, elevado, muito elevado e extremo de contágio foi divulgada pelo governo na semana passada, mas apenas produzirá efeito a partir das 00.00 de quinta-feira, quando entrar em vigor o novo estado de emergência, que se prolonga até às 23:59 de 7 de janeiro.
Segundo a nova lista de níveis de risco, existem agora 30 concelhos em risco extremo de contágio, menos cinco do que em 2 de dezembro, e 79 em risco muito elevado, mais um do que no início do mês.
A três dias do início da campanha de vacinação em Portugal (a par dos restantes países da União Europeia), soube-se ontem pela voz da ministra da Saúde Marta Temido que às 9750 doses iniciais, destinadas aos profissionais da saúde de cinco centros hospitalares de Porto, Coimbra e Lisboa, vão chegar mais 70 200 no dia 28.
Trata-se de "uma antecipação do calendário" por parte da BioNTech-Pfizer em relação ao que estava previsto para o primeiro trimestre de 2021, o que permite às autoridades de saúde "poder já alocar vacinas às regiões autónomas da Madeira e dos Açores e expandir a vacinação aos profissionais de saúde".
A DGS publicou entretanto a norma sobre a campanha de vacinação relativa à vacina, que é indicada a partir dos 16 anos e deve ser administrada em duas doses com intervalo mínimo de 21 dias.
Segundo o documento oficial, entre as reações adversas mais comuns à inoculação, "ligeiras ou moderadas em intensidade", e que passam ao fim de alguns dias, são a dor no local da injeção, fadiga, dores de cabeça, dores musculares e calafrios. Estes efeitos podem ser menos intensos com a idade.
Para a nova diretora executiva da Agência Europeia de Medicamentos, a irlandesa Emer Cooke, as dúvidas por parte dos cidadãos em relação à vacina contra a covid-19 são preocupantes e defendeu que é preciso combater a desinformação e responder às "preocupações legítimas" dos cidadãos.
"A hesitação quanto à vacina preocupa-me, e um trabalho que agora podemos fazer juntos é combater a desinformação através de uma comunicação clara, oportuna e proativa", defendeu Emer Cooke em entrevista ao Infarmed Notícias.
"Em última análise, não importa o quão inovador ou antigo é o medicamento, se efetivamente ele não chega ao doente, por razões de preço, de abastecimento ou de mercado. É um trabalho que a EMA não pode fazer sozinha, mas acredito que este é um tema em que precisamos de focar a nossa atenção", afirmou.
E quanto à segurança da primeira vacina a ser distribuída em massa no Ocidente, há novidades: ontem os Estados Unidos atingiram a marca de um milhão de pessoas inoculadas e só 6 pessoas registaram reações alérgicas.
Moncef Slaoui, o responsável pela Operação Warp Speed, o programa de desenvolvimento de vacinas do Governo norte-americano, admitiu que a meta de vacinar 20 milhões de pessoas até ao final do ano "não será provavelmente alcançada".
Os Estados Unidos têm como meta imunizar 100 milhões de pessoas até ao final do primeiro trimestre de 2021, e outros 100 milhões antes do final do segundo trimestre. O país é o primeiro com duas vacinas já em distribuição, juntando-se a da Moderna à da BioNTech-Pfizer.
O imunologista Anthony Fauci disse que se a operação de vacinação correr como o previsto, o país pode atingir um nível de 70 a 80% de imunidade no próximo verão.
A pandemia do novo coronavírus matou pelo menos 1 731 936 pessoas no mundo desde que a OMS relatou o início da doença em dezembro de 2019, na China, segundo o levantamento realizado hoje pela agência de notícias AFP às 11.00.
Mais de 78,6 milhões de casos de infeção foram oficialmente diagnosticados desde o início da epidemia, dos quais pelo menos 49,7 milhões de pessoas já foram consideradas curadas.