Portugal recebe mais 70.200 doses de vacinas antes do final do ano
Às 9750 doses de vacinas contra a covid-19 esperadas no dia 26 juntam-se mais 70 200 dois dias depois, anunciou a ministra da Saúde, Marta Temido, numa declaração à imprensa.
Marta Temido disse que desta forma as autoridades de saúde vão poder já alocar vacinas às regiões autónomas da Madeira e dos Açores e expandir a vacinação aos profissionais de saúde de acordo com o que estava estabelecido.
Os primeiros profissionais a receber a vacina, a partir de dia 27, são dos centros hospitalares universitários do Porto, São João, Coimbra, Lisboa Norte e Lisboa Central.
A ministra da Saúde reforçou a ideia de que se trata de uma antecipação das doses previstas para o primeiro trimestre de 2021, pelo que para já não há indicações de que haja mais doses do que o previsto até ao final desse período.
A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) disponibilizou hoje no seu portal na internet uma área com informações atualizadas sobre as vacinas contra a covid-19.
Segundo o Infarmed, esta área específica surge na sequência da aprovação pela Agência Europeia do Medicamento e pela Comissão Europeia da vacina Comirnaty, desenvolvida pelos laboratórios BioNTech e Pfizer.
Além de um espaço com "perguntas frequentes", o Infarmed disponibiliza neste espaço informação sobre a vacina e o seu processo de aprovação, o resumo das características do medicamento e uma listagem com ligações úteis a várias entidades nacionais e internacionais.
A Sociedade Portuguesa de Alergologia alertou esta quarta-feira que a vacina da Pfizer não deve ser administrada a pessoas com antecedentes de reações alérgicas graves, apesar de reconhecer que estas reações às vacinas são raras.
Em comunicado, a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), diz que, apesar da informação clínica disponível sobre os casos em que terão ocorrido reações alérgicas suspeitas à vacina Pfizer-BioNTech para a covid-19 ser ainda muito limitada, "não se supõe existir um risco acrescido de efeitos adversos à vacina em doentes asmáticos, com rinite alérgica ou com eczema".
Na segunda-feira, a Comissão Europeia autorizou a colocação no mercado da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e BioNTech, horas após a Agência Europeia do Medicamento (EMA) ter dado o seu parecer científico favorável.
Além da Comirnaty, a Comissão Europeia já tem uma carteira com seis outras potenciais vacinas, desenvolvidas pela AstraZeneca, Sanofi-GSK, Johnson & Johnson, CureVac e Moderna.
A Suíça, que não faz parte da União Europeia, iniciou esta quarta-feira o plano de vacinação contra a covid-19. Uma mulher de 90 anos, residente num lar, foi a primeira pessoa no país a receber a vacina.
A mulher, que mora na região de Lucerna, no centro da Suíça, recebeu a vacina Pfizer-BioNTech, apenas quatro dias após sua aprovação pelos reguladores nacionais.
"Estou muito satisfeito que agora possamos iniciar a vacinação no cantão de Lucerna", disse o chefe dos serviços de saúde da região, Guido Graf, em comunicado.
Perante as notícias de novas estirpes do vírus SARS-CoV-2, a empresa alemã BioNTech, responsável com a Pfizer pela primeira vacina autorizada contra a covid-19 do mundo, disse ter capacidade para fornecer uma outra vacina "em seis semanas" em caso de uma mutação do vírus que torne a atual ineficaz.
"Somos tecnicamente capazes de entregar uma nova vacina em seis semanas", disse o cientista e empresário Ugur Sahin, do laboratório alemão BioNTech. No entanto a farmacêutica diz-se confiante de que a vacina funciona no caso da nova variante detetada no Reino Unido, embora sublinhe que são necessários mais estudos.