Mais 5 mortes e 252 infetados. Novos casos quase duplicaram em 24 horas
Em Portugal, nas últimas 24 horas, foram registados mais 252 novos casos de covid-19 (o que corresponde a um aumento de 0,52%) e mais cinco mortes. Desde que a pandemia começou, o país contabiliza, no total, 49 150 infetados e 1702 óbitos, de acordo com o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS), publicado esta quarta-feira (22 de julho).
Os dados indicam que mantém-se em 439 o número de pessoas hospitalizadas, sendo que 59 estão em unidades de cuidados intensivos (menos três face ao dia anterior).
Há 33 999 pessoas que conseguiram recuperar da doença, mais 230 do que na véspera, refere o boletim da DGS.
Atualmente, há 13 449 casos ativos, o que representa mais 17 do que na terça-feira.
Dos 252 novos casos confirmados, 215 registaram-se em Lisboa e Vale do Tejo, o que representa 85% do total nacional de novas infeções. A região soma agora 24.685 casos.
Em Lisboa e Vale do Tejo, foram ainda reportados quatro dos cinco óbitos registados nas últimas 24 horas (no total, verificam-se 574 mortes por covid-19).
A região Centro regista mais uma vítima mortal, elevando para 252 o número de óbitos, e mais 12 casos (4379).
O Norte soma agora 18.390 infetados, dos quais 18 verificaram-se no último dia. O Alentejo regista mais três casos (639) e o Algarve mais quatro infetados (796).
Nos Açores, nas últimas 24 horas, mantiveram-se o número de infetados (159) e de óbitos (15), tal como aconteceu na Madeira com 102 infetados e sem registo de mortes.
De terça para quarta-feira, o número de novos casos quase que duplicou. Passou de 127 novos infetados para 252.
Por faixas etárias, o maior número de óbitos concentra-se nas pessoas com mais de 80 anos (1.143), seguidas das que tinham entre 70 e 79 anos (327), entre 60 e 69 anos (152) e entre 50 e 59 anos (55). Há 20 mortos registados entre os 40 e 49 anos, três entre os 30 e 39 e dois entre os 20 e 29 anos de idade.
Em termos de infetados, a faixa etária entre os 40 e os 49 anos foi a que registou um maior aumento de casos em relação a terça-feira, com mais 48 novos casos.
Em termos globais, há mais infetados na faixa etária entre 40 e 49 anos (8.125, mais 48 casos do que na terça-feira) depois entre 30 e 39 anos (8.012, um aumento de 44 casos), 50 a 59 anos (7.489, mais 23), 20 e 29 anos (7.471, mais 42 casos), seguida das pessoas com mais de 80 anos (5.710, mais sete do que no dia anterior).
Perante os dados do boletim diário da DGS, Portugal regista uma taxa de letalidade global de 3,5% e no doentes acima dos 70 anos de 16,1%, referiu a secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal.
Questionada sobre a notícia avançada pelo DN sobre a existência de passageiros que recusam fazer testes de despiste à covid-19 no aeroporto, Jamila Madeira referiu os procedimentos que estão a ser adotados. "Dos casos que nos foram reportados em que os cidadãos não eram portadores de teste com resultado negativo, realizado nas 72 horas prévias ao embarque, a informação que temos é que foram encaminhados pelo SEF para a equipa de saúde encarregue de os realizar. Relativamente aos cidadãos que não tendo o teste não o realizaram no aeroporto, o SEF procedeu à sua identificação para posterior contacto desses cidadãos pelas autoridades de saúde e posterior seguimento", afirmou a secretária de Estado Adjunta e da Saúde.
Jamila Madeira referiu os cidadãos preencheram o cartão de passageiro, "que nos dá toda a informação caso seja necessário" e que estas situações foram "residuais".
Aos jornalistas, o subdiretor-geral da Saúde, Diogo Cruz, atualizou a informação relativa ao surto da Lisnave, tendo referido que foram testados 72 funcionários, dos quais 12 deram positivo para a covid-19. Dentro do navio, a tripulação testou negativo, acrescentou na conferência de imprensa.
Os dados da DGS, divulgados esta quarta-feira, indicam que 1606 pessoas aguardam resultados laboratoriais e 35.040 estão em vigilância pelas autoridades de saúde.
Também esta quarta-feira, a ministra da Saúde afirmou que os hospitais realizaram até junho menos 896 mil consultas e os cuidados de saúde primários representam menos 1,1 milhões, dados que já mostram alguma melhoria na recuperação da atividade assistencial, disse esta quarta-feira a ministra da Saúde.
"Já temos junho com dados provisórios encerrados que mostram alguma melhoria" mesmo sem ter ainda começado a funcionar o regime excecional de incentivos à recuperação da atividade assistencial não realizada por causa da pandemia de covid-19, nos termos previstos no Programa de Estabilização Económica e Social, afirmou Marta Temido na Comissão de Saúde.
Os dados acumulados a maio indicavam cerca de menos 900 mil consultas hospitalares e "em junho já recuperámos um bocadinho" e foi "um mês particularmente difícil" sobretudo em grandes hospitais de Lisboa e Vale do Tejo devido ao número de casos de covid-19.
Sintra é um dos cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa mais afetados pela pandemia e o presidente da Câmara Municipal fez saber, em entrevista ao DN, que pretende reforçar o serviço de urgência do hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) até outubro.
Basílio Horta não descarta a possibilidade de ajudar a montar um hospital de campanha, mas, independentemente disso, há uma ideia que já tem clara. "É preciso aumentar a urgência do Amadora-Sintra e estamos disponíveis para o fazer. A urgência já de si é limitada e vai ser necessário criar uma infraestrutura para aumentar a o serviço. Isso vamos ter de fazer seguramente. Até setembro ou outubro está pronta", diz.
"Estamos realmente preocupados com o que pode vir aí, porque não é só a covid. É a covid a coincidir com a gripe e com a reabertura das escolas. Nós temos aqui 47 mil alunos que vão ter aulas presenciais", afirmou o autarca, antevendo que o número de infeções pelo novo coronavírus pode continuar a aumentar nos próximos meses.
Esta quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) manifestou preocupação com a tendência crescente de novos casos de covid-19 no sul da Europa e na região dos Balcãs, embora o continente americano continue a ser "o principal epicentro" da doença, que "começa a acelerar em África".
"Mesmo na Europa, embora na Europa Ocidental a doença esteja sob controlo, ainda temos algumas tendências preocupantes no sul da Europa e nos Balcãs, por isso ainda não estamos fora de perigo no ambiente europeu", disse Mike Ryan, o director executivo do programa de emergências sanitárias da OMS. "É necessária uma vigilância permanente", avisou o responsável.
Entretanto, o governo japonês fez saber que aprovou o uso da dexametasona como tratamento contra a covid-19, depois de um ensaio clínico britânico ter demonstrado que o esteroide pode reduzir a mortalidade em casos graves, de acordo com a imprensa local.
A dexametasona é um esteroide de baixo custo facilmente acessível em todo o mundo.
Em junho, um grupo de investigadores da Universidade de Oxford publicou um estudo que indica que o tratamento com baixas doses de dexametasona poderia reduzir o risco de morte num terço dos pacientes graves com covid-19.
Após a descoberta, a Organização Mundial de Saúde (OMS) instou os países a aumentar a produção e distribuição em massa do medicamento.
A dexametasona é o segundo medicamento aprovado como tratamento para a covid-19 no Japão, depois do Remdesivir, aprovado em maio passado.
Na Índia, quase 25% da população de Nova Deli já foi exposta ao contacto com o novo coronavírus. Esta é a conclusão de um estudo serológico, citado pela AFP, que coloca em causa os números oficiais de infetados na Índia.
Na semana passada, a Índia tornou-se no terceiro país, atrás de EUA e do Brasil, a atingir um milhão de casos, mas especialistas dizem que não estão a ser feitos testes suficientes e que o número de infetados pode ser muito maior.
Para o estudo do Centro Nacional para o Controlo de Doenças da Índia foram realizados análises ao sangue a 21.387 pessoas que foram selecionadas aleatoriamente em Nova Deli, das quais 23,48% tinham anticorpos. Este resultado indica que quase um quarto da população em Nova Deli já esteve infetada com o novo coronavírus.
Tendo em conta que Nova Deli tem mais de 20 milhões de habitantes, o estudo publicado na terça-feira pelo Ministério da Saúde federal sugere que 4,7 milhões de pessoas foram infetadas pelo novo coronavírus, mais de 40 vezes o número oficial de 125 mil infetados, indica a AFP.
O estudo, realizado entre 27 de junho e 10 de julho, refere que "um grande número de pessoas infetadas é assintomático".
O Ministério da Saúde indiano referiu esta quarta-feira que, no total, o país regista 1,19 milhão de casos desde o início da pandemia, com quase 29 mil mortos.
A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 616.965 mortos em todo o mundo, entre os 14.977.470 casos de infeção diagnosticados, segundo um balanço da agência France Presse (AFP) baseado em dados oficiais.
Pelo menos 8.338.900 pessoas conseguiram curar-se da doença, em 196 países e territórios desde o início da pandemia, de acordo com dados da AFP.
Os Estados Unidos são o país mais afetado tanto em número de mortos como em casos, com 142.068 mortos em 3.902.135 casos registados, segundo a contagem da Universidade John Hopkins, que indica que neste país pelo menos 1.182.018 pessoas já foram consideradas curadas.
Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados são o Brasil, com 81.487 mortos em 2.159.654 casos, o Reino Unido, com 45.422 mortos (295.817 casos), o México, com 40.400 mortos (356.255), e a Itália, com 35.073 mortos em 244.752 casos.
Entre os países mais afetados, a Bélgica é o que concentra um maior número de mortos em relação à sua população, com 85 mortos por cada 100 mil habitantes, seguida pelo Reino Unido (67), Espanha (61), Itália (58) e Suécia (56).
A Europa totalizava esta quarta-feira, ao meio-dia, 206.251 mortos em 2.988.151 casos, a América Latina e Caraíbas 167.347 mortes em 3.955.571 casos, os Estados Unidos e o Canadá 150.960 mortes (4.013.645 casos), a Ásia 52.729 mortes (2.166.106 casos), o Médio Oriente 23.784 mortes (1.038.665 casos), a África 15.737 mortes (751.307 casos) e a Oceânia 157 mortes em 14.523 casos.