Segunda morte na faixa etária dos 10 aos 19 em apenas uma semana
Portugal registou mais 4336 novos casos e 75 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas de acordo com os dados do relatório de situação da Direção-Geral da Saúde (DGS) desta sexta-feira (18 de dezembro).
Entre os óbitos, o principal destaque vai para o facto de ter morrido a segunda pessoa por covid-19 na faixa etária dos 10 aos 19 anos. Desta vez, foi um rapaz, quando há uma semana a vítima tinha sido uma rapariga de 19 anos que tinha várias patologias graves associadas.
Em relação ao boletim de quinta-feira, registam-se hoje mais 16 novas infeções e menos 12 óbitos.
Desde o início da pandemia, foram contabilizados 366 952 casos em Portugal e 5977 mortes por covid-19.
O boletim indica ainda há menos 81 pessoas internadas, totalizando agora 3061 a precisar de cuidados médicos em enfermarias, que pelo quarto dia consecutivo registam a diminuição de utentes.
Já nas Unidades de Cuidados Intensivos registam-se menos 10 doentes que no dia anterior, totalizando agora 484.
Há ainda mais 3662 recuperados (são já 290 690 desde o início da pandemia). Em todo o país há 70 285 casos ativos (mais 599 do que na véspera) e as autoridades mantêm 77 432 contactos em vigilância (mais 981).
A região norte ultrapassou esta sexta-feira a barreira dos 190 mil infetados por covid-19 desde o início da pandemia. Os dados relativos às últimas 24 horas apresentam 2001 novos casos, totalizando agora 191 058, e mais 31 mortos.
Lisboa e Vale do Tejo apresenta um aumento de novos casos em relação ao dia anterior (72), totalizando mais 1360 nas últimas 24 horas, tendo ainda sido declarados 27 óbitos.
A região centro apresenta 674 novos casos e 12 mortos, enquanto o Alentejo somou 195 infeções e quatro óbitos. No continente, o Algarve é a zona mais calma, uma vez que ninguém perdeu a vida nas últimas 24 horas, registando-se 67 novos casos.
Nas regiões autónomas registou-se um morto na Madeira, onde houve 21 novos casos, mais três do que os verificados nos Açores.
Com as primeiras vacinas a chegarem a Portugal entre os dias 24 e 26 de dezembro, a task force nomeada pelo Governo para colocar em marcha o plano de vacinação prevê que elas comecem a ser administradas a partir do dia 27.
No entanto, o facto de a Pfizer ter anunciado que irá entregar menos 246 milhões de doses à União Europeia no primeiro trimestre em relação ao que estava previsto vai originar um atraso na primeira fase de vacinação que estava previsto para o final de março, mas agora foi já estendido até ao final de abril.
Na próxima semana está previsto então chegar uma primeira tranche simbólica de vacinas, sendo que entre os dias 4 e 5 de janeiro devem chegar 312 975 que permitirão vacinar, até ao final de janeiro, 139 mil pessoas, dos quais 21 mil profissionais de saúde e 118 mil residentes em lares, bem como profissionais destas instituições. A diferença entre o número de doses e as pessoas vacinadas tem a ver com o facto de a vacina da Pfizer ser de duas doses.
Francisco Ramos, coordenador da task-force, espera que em fevereiro comecem a chegar as doses de vacinas encomendadas à Moderna, cuja reunião para análise do processo está marcada para o dia 12 de janeiro na Agência Europeia do Medicamento (EMA). O calendário de vacinação prevê ainda que em fevereiro cheguem ao país 429 mil doses de vacina, juntando as da Pfizer e da Moderna, e que em março cheguem mais 487 500.
Enquanto a vacina não chega a todos os países europeus, o escritório regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para a Europa defendeu esta sexta-feira que o mais seguro é não visitar familiares nas férias de Natal e ficar em casa.
"Há uma diferença entre o que as autoridades permitem e o que é suposto fazer. O mais seguro agora é ficar em casa", recomendou em comunicado Hans Kluge, diretor da OMS Europa com sede em Copenhaga.
Kluge apela ao "espírito coletivo" na época natalícia para ajudar a ultrapassar os desafios trazidos pela pandemia e pelas restrições na saúde mental das comunidades, que sofreram com o medo de transmissão do vírus, o isolamento, o desemprego, as preocupações financeiras e a exclusão social.
"Reconhece que, embora separado dos teus entes queridos, não estás sozinho. Reacende o espírito coletivo que existe durante a crise: comunica, conecta-te, apoia-te. Lembra-te que o mais seguro é estar em casa", aconselha Kluge.
"Quando olharmos para trás, para esses tempos sem precedentes, espero que todos sintamos que agimos com um espírito de humanidade compartilhada para proteger os necessitados", disse o diretor da OMS Europa, sublinhando que ainda vai haver mais alguns meses de "sacrifício pela frente".