Portugal com 1135 mortes e 27 581 casos de coronavírus
Em Portugal, nas últimas 24 horas, morreram mais nove pessoas e foram confirmados mais 175 casos de covid-19. Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) deste domingo (10 de maio), há agora no país 1135 vítimas mortais, 27 581 infetados e 2549 recuperados (mais 50 que na véspera).
Segundo a ministra da Saúde, Marta Temido, o aumento de casos é de 0,6%, sendo que o maior aumento foi na zona Norte, com mais 98 casos reportados, seguindo-se Lisboa, com mais 76, e o Algarve, com mais um. Em relação aos óbitos, cinco foram na região de Lisboa e Vale do Tejo, três no Norte e um na região Centro.
Dos nove óbitos, oito são pessoas com mais de 80 anos. A taxa de letalidade está nos 4,1% para o país, mas de 15,1% nas pessoas com mais de 70 anos.
Há 2754 pessoas a aguardar o resultado dos testes e há 26 344 pessoas que estão em contacto de vigilância pelas autoridades de saúde.
A ministra indicou ainda que 83,8% dos casos confirmados estão em casa, 2,9% estão em internamento hospitalar (isto é 797, menos 18 que na véspera), dos quais 0,4% nos cuidados intensivos, ou seja, 112 doentes (menos oito que no balanço de sábado).
Lisboa é o concelho com maior número de casos, 1735, registando mais cinco no boletim deste domingo. Há ainda mais cinco casos em Gaia (1453 no total) e sete em Matosinhos (1204). Porto (1300), Braga (1149) e Gondomar (1408) são os outros concelhos com mais de mil casos, não tendo registado alteração de sábado para domingo.
No sábado, tinham-se registado mais 12 mortos e foram confirmados mais 138 casos de coronavírus, com a ministra Marta Temido a dizer que "a curva por mortalidade por covid-19 mostra uma diminuição consistente desde o dia 15 de abril, o que é bastante relevante".
Na conferência deste domingo, a ministra mencionou ainda uma análise mais pormenorizada aos casos confirmados entre o período de 1 a 7 de maio. Nesse período houve mais 2078 casos confirmados, mas só havia informação completa no sistema sobre 1909 casos (92%).
Neste período, segundo Marta Temido, "55% dos casos correspondia a pessoas do sexo feminino, 17% ao grupo etário acima dos 80 anos e 16% ao grupo etário entre os 30 e os 39 anos. 36% dos casos eram residentes no distrito de Lisboa, 15% no distrito do Porto e 15% no de Braga. 43% dos casos eram sintomáticos e 30% assintomático, não havendo informação informação registada sobre a apresentação clínica dos demais", apelando a que essa informação seja dada. "9% dos casos tinham tinham pelo menos uma comorbilidade associada".
Dos novos casos, 46% tinham registo da informação sobre o tipo de transmissão. Neste período e nos casos em que havia registo do local onde contraíram a infeção, 32% teriam sido contraídas em ambiente de lar, 32% entre coabitantes, 19% em ambiente laboral e 7% em ambiente social. Houve ainda 4% dos casos em que a infeção foi entre profissionais a trabalhar em estruturas sociais para idosos e 3% entre profissionais de saúde.
Houve surtos em 52 estruturas residenciais para idosos neste período, assim como 13 empresas privadas e a continuação de surtos que já tinham sido detetados antes em unidades de residências temporária para requerentes de asilo. "É nestes focos sobretudo que a nossa atuação de desenvolvimento de uma saúde pública mais assertiva se irá continuar a concentrar", disse Marta Temido.
Desde o dia 1 de março foram realizados mais de 530 mil testes, sendo que 65% foram realizados no mês de abril e quase 20% nos primeiros dias de maio. De 1 a 31 de março foram feitos quase 80 mil testes, em abril 347 mil testes e de 1 a 8 de maio foram realizados mais de 105 mil testes. A média de abril era 11 500 testes dia, sendo que a média de maio é superior a 13 mil testes dias, sendo que nos dias 5,6 e 7 deste mês ultrapassaram-se mesmo os 15 mil testes por dia.
"A estratégia de desconfinamento está numa lógica de testar, testar, testar", reiterou a ministra, não só de casos suspeitos, mas de prevenção em grupos considerados de risco. Depois dos lares, agora está a ser feita nas creches.
Sobre as creches, cuja atividade recomeça a 18 de maio ou 1 de junho, a ministra diz que está a ser feito um trabalho para garantir que os profissionais de creches têm os testes realizados. "É um trabalho rigoroso, como foi o realizado em lares", indicou.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, indicou que as regras de boas práticas para as creches foram discutidas amplamente. "Estes últimos dias têm sido de um intensivo contacto entre a Saúde e o Ministério do Trabalho e os parceiros que estão envolvidos para encontrarmos um equilíbrio entre saúde e segurança, prevenção e controlo da infeção", disse, indicando que só depois serão dadas oficialmente as indicações.
A ministra diz que não poderá ser a autoridade sanitária a aligeirar as regras, ou não estaria a cumprir o seu papel. "É evidente que a questão que se coloca tem a ver com o distanciamento", disse a ministra, dizendo que é preciso perceber que estamos a falar de "pessoas que pela sua tenra idade" tem maior dificuldade em cumprir as regras, desde logo no distanciamento físico.
Sobre os testes em lares, a ministra diz que o programa arrancou há umas semanas e teve uma velocidade e ritmo diferente nas diferentes administrações regionais de Saúde. Marta Temido diz que é o Alentejo que está mais atrasado neste processo, tendo já terminado no Norte e no Algarve.
Sobre o pagamento que estaria a ser exigido às câmaras para a instalação de hospitais de campanha, a ministra indicou que "a entidade reguladora da saúde é uma entidade administrativa independente, tem independência orgânica, funcional e técnica".
Marta Temido disse ainda que o MInistério da Saúde tomou conhecimento do ofício enviado a vários presidentes da câmara ainda na semana passada e que, "tanto quanto conseguimos ler dos ofícios", deles "não resultava qualquer pedido de pagamento fosse a que título fosse".
Por outro lado, ao Ministério da Saúde tinha sido contactado para pedir que esses hospitais de campanha fossem registados junto da entidade reguladora da saúde.
Sobre as taxas, disse a ministra, "é uma matéria que o governo irá certamente analisar, mas temos que ser objetivos relativamente aquilo que são as circunstâncias". Marta Temido diz que houve a instalação de algumas estruturas de apoio para pessoas que não pudessem cumprir a quarentena em casa e que não tendo um corpo médico próprio ou direção do tipo de estabelecimentos de saúde, "provavelmente não configuram estabelecimentos de saúde e provavelmente poderão não estar em causa o pagamento ou o registo".
Graça Freitas diz que em relação aos transportes já há um plano, mas que as autoridades vão esperar as recomendações europeias (que chegam esta semana) para o "afinar".
Sobre o turismo, a diretora-geral da Saúde diz que há vários pontos, desde a restauração (onde já há indicações) às praias, turismo nacional ou internacional, e que estão a ser trabalhadas.
"Vamos tentar recuperar a nossa atividade normal, mas é uma normalidade diferente, com regras diferentes", indicou.
A ministra diz que o governo quer manter o reinício da Liga para o final do mês, lembrando que o país está a aprender com aquilo que vem de outros países, lembrando que a Bundesliga alemã vai recomeçar mais cedo.
A diretora-geral de Saúde diz contudo que não há uma linha vermelha, depois de três jogadores do Vitória de Guimarães terem testado positivo, indicando que qualquer decisão de avaliação do risco envolve as autoridades locais, regionais e nacionais. "Estão criadas as regras, vão ser cumpridas, aguardamos os resultado e depois avaliamos o risco", afirmou Graças Freitas.
Espanha registou 143 mortes devido à pandemia de covid-19 nas últimas 24 horas, o número mais baixo desde 18 de março último, havendo até agora um total de 26 621 óbitos, segundo as autoridades sanitárias.
De acordo com o Ministério da Saúde espanhol, houve 621 novos casos positivos com a doença, um número maior do que no sábado, mas que não põe em causa a tendência de redução dos últimos dias, elevando para 224 390 o total de infetados confirmados até hoje pelo teste PCR, o mais fiável na deteção do vírus.
O Brasil, o país latino-americano mais atingido na pandemia, ultrapassou este sábado as dez mil mortes (10 627), com mais 730 óbitos nas últimas 24 horas, segundo dados divulgados este sábado pelo Ministério da Saúde. Foram registadas ainda mais 10 611 novos infetados, alcançando um total de 155 939 infeções.
De acordo com dados da Universidade Johns Hopkins, dos EUA, o país é agora o sexto mais afetado do mundo, em termos de mortalidade. O primeiro lugar é ocupado pelos EUA, com 77 744 mortes.