Polícia e autoridades de saúde fecharam oito cafés no bairro da Jamaica

Forças policiais e delegados de saúde estiveram no terreno a ordenar o encerramento dos espaços para conter o surto de covid-19 naquele bairro social do Seixal
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Um grande operação policial deu apoio às autoridades de saúde, este sábado, para forçar o encerramento de oito cafés/bares no bairro da Jamaica, no Seixal. Os estabelecimentos já tinham sido identificados como possíveis fontes de contágio de covid-19 num bairro que surge como um dos focos do crescente surto de infeções na zona da Grande Lisboa.

Perante o olhar de vários moradores, muitos deles no topo das torres do bairro, as forças policiais procederam ao fecho e selagem dos referidos cafés, que devem permanecer encerrados nos próximos 15 dias, e respetivas notificações aos proprietários.

Esta operação decorreu poucos dias depois de as autoridades de saúde terem admitido estar a preparar o encerramento dos cafés no bairro da Jamaica, para conter o surto de covid-19 detetado entre os moradores - foram detetados 19 casos no bairro nos últimos dias.

"Foram encerrados oito locais identificados como cafés e notificadas algumas pessoas", referiu uma porta-voz das forças da PSP em ação no bairro.

O delegado regional de saúde de Lisboa e Vale do Tejo. Mário Durval, tinha explicado à agência Lusa, esta semana, que "em princípio, na covid-19 os encerramentos duram cerca de 14 ou 15 dias", mas que o período de encerramento neste caso dependerá da realidade local.

"A principal medida é o isolamento dos casos conhecidos. O encerramento dos cafés é acessória, para evitar os contactos", acrescentou.

Também já o presidente da associação de moradores do bairro, Salimo Mendes, tinha já pedido o isolamento do bairro da Jamaica face ao aumento de casos. Apesar de afirmar não saber quem são as pessoas infetadas com o novo coronavírus, o presidente desta associação referiu à Lusa que o foco de infeção teve origem em "pessoas que vêm de outros concelhos". Por isso, "deviam mesmo isolar o bairro e só saía ou entrava quem aqui mora", sugeriu Salimo Mendes.

Para o morador, o contágio está relacionado com a "aglomeração de pessoas que não cumprem o distanciamento" nos estabelecimentos, sobretudo entre sexta-feira a domingo. "Estou muito preocupado e a minha intenção é que as autoridades me ajudem a fechar estes cafés todos, porque são centros de propagação", defendeu. E foi ouvido: esta quinta-feira de manhã, as autoridades de saúde regionais admitiram estar a preparar o encerramento dos cafés no bairro, que pode durar até duas semanas.

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