Greve às horas extraordinárias dos motoristas de matérias perigosas de 7 a 22 de setembro

Presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) apresentou esta quarta-feira o pré-aviso de greve em Aveiras de Cima
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O presidente do Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP), Francisco São Bento, apresentou esta quarta-feira um pré-aviso de greve às horas extraordinárias para entre 7 e 22 de setembro.

Em causa está o aumento do subsídio de operações dos motoristas de matérias perigosas, que está definido em 125 euros. O sindicato não aceita, no entanto, partir para o processo de mediação oficial com a DGERT se esse valor não ficar definido à partida nos 175 euros. No documento que a Antram entregou ao governo, o SNMMP acrescentou essa cláusula.

Esta terça-feira, depois de mais uma reunião sem acordo, o porta-voz da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram), André Matias de Almeida, acusa o Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) de recusar o processo de mediação, apesar de os patrões estarem disponíveis para debater "quase tudo". "O sindicato quer impor aumentos", lamenta a Antram. Os patrões "recusaram um acordo por 50 euros", contrapõe o SNMMP.

Do lado do governo, Pedro Nuno Santos, que assumiu o papel de árbitro desde que as negociações arrancaram em abril, confessou que "não estava à espera deste desfecho".

"Tentámos por todas as vias fazer que as partes deixassem cair as pré-condições", afirmou o ministro no final do encontro. "Uma das partes não quis, mas, obviamente, uma mediação tem como objetivo chegar a resultados, eles não podem ser impostos antes de a mediação se iniciar", afirmou o representante do governo na mediação.

Portugal deixou de estar em crise energética, declarada há dez dias devido à greve de motoristas de pesados, desde as 00.00 desta quarta-feira, acabando os limites ao abastecimento de combustível depois de, no domingo, o SNMMP ter decidido desconvocar a greve iniciada no dia 12.

Quais são os pontos de discórdia?

O sindicato dos motoristas partiu para a greve depois de acusar a Antram de falhar com os compromissos acordados em abril, após a primeira paralisação. O diferendo inicial tinha que ver, principalmente, com a atualização do salário-base até 2022. O Sindicato exigia passar dos atuais 630 euros para 700 euros em janeiro de 2020, aumentar para 800 euros em janeiro de 2021 e para 900 euros em janeiro de 2022.

No entanto, essa exigência não está atualmente em cima da mesa. Há outra matéria que o sindicato considera agora como imprescindível para assinar um acordo com a Antram: um subsídio de operações de 175 euros por mês. Um valor que a Antram não está disposta a levar à partida para a mediação oficial, e que é 50 euros superior ao que recebem os restantes profissionais do setor.

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