Motoristas. União dos Transportadores Portugueses exorta governo a regular o setor
Para a União dos Transportadores Portugueses, se a lei fosse cumprida as empresas "faturavam o suficiente para pagar aos motoristas e a questão da greve nem estaria a ser discutida".
A União dos Transportadores Portugueses (UPT), com sede no Porto, que representa meia centena de pequenos e médios transportadores, exortou esta segunda-feira o governo a regular o setor e a fazer cumprir as leis que existem no país.
"Não procuramos ajudas nem subsídios, apenas pretendemos que o Governo faça cumprir as leis, que não são cumpridas devido aos fortes lóbis do setor", disse à Lusa Domingos Pereira, vice-presidente da Assembleia Geral.
Se a lei fosse cumprida, acrescentou, as empresas "faturavam o suficiente para pagar aos motoristas e a questão da greve nem estaria a ser discutida".
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A associação oficializada a 14 de junho mostra-se disponível para colaborar na realização de um estudo de mercado para criar uma tabela de faturação com preços mínimos nos transportes.
Os motoristas "não exigem nada mais do que têm direito"
Segundo Domingos Pereira, "tudo é tabelado no país, desde os táxis ao comboio e transporte de passageiros", e questionou "por que razão não se consegue tabelar nos transportes de mercadorias para não haver concorrência desleal".
Mostrando-se solidário com a luta dos motoristas, que mantêm agendada uma greve nacional para dia 12 de agosto, o representante da UPT defende um Contrato Coletivo de Trabalho que garanta "condições de trabalho adaptado aos motoristas e às empresas, de modo a que todos possam trabalhar condignamente".
"Nós queremos cumprir as nossas obrigações, mas o governo tem de cumprir. E, se cumprir, as empresas vão faturar o suficiente para lhes pagar", frisou o dirigente, salientando que os motoristas "não exigem nada mais do que têm direito, atendendo à carga horária e à deslocação para fora da área de residência".
A UTP queixa-se também de ainda não ter sido recebida pelo governo, após várias diligências efetuadas nesse sentido, e mostra-se convencida de que se a legislação atual fosse cumprida "os motoristas provavelmente não avançariam com a greve".